Ministro Alexandre Silveira sugere uso da energia nuclear para defesa nacional no futuro – Diário da Guanabara
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira (5) que o Brasil poderá precisar recorrer à tecnologia nuclear também para fins de defesa, caso o cenário internacional continue se deteriorando. A declaração foi feita durante a cerimônia de posse dos novos diretores da Agência Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), realizada na sede da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
Silveira destacou que o Brasil é um dos poucos países que dominam toda a cadeia do combustível nuclear e lembrou que o território brasileiro possui uma das maiores reservas de urânio do mundo.
“Um país que é gigante pela própria natureza, que tem 11% da água doce do planeta, clima tropical, solo fértil e tantas riquezas minerais, é importante que a gente continue e leve muito a sério a questão nuclear no Brasil, porque, no futuro, nós vamos precisar da nuclear também para a defesa nacional”, declarou o ministro.
Constituição restringe uso a fins pacíficos
Atualmente, a Constituição Federal determina que o uso da energia nuclear no Brasil se restrinja a fins pacíficos, como a geração de eletricidade e aplicações médicas. Alexandre Silveira, no entanto, afirmou que essa posição poderá ter que ser revista pelo Congresso Nacional.
“A Constituição limita o uso da energia nuclear à geração de eletricidade e à área da medicina. O Congresso vai ter que rever essa posição”, disse.
Brasil e a cadeia nuclear
O Brasil é considerado um país estratégico no cenário energético e geopolítico por dominar o ciclo completo da energia nuclear — desde a mineração e enriquecimento do urânio até a geração de energia elétrica, com usinas como Angra 1 e 2, e a futura Angra 3. O país também avança em tecnologias nucleares para a medicina, agricultura e, mais recentemente, projetos de submarinos movidos a propulsão nuclear por meio da Marinha.
Contexto internacional e segurança energética
A fala do ministro ocorre em um momento de crescente instabilidade geopolítica e aumento da busca por segurança energética em diversas partes do mundo. Países como Estados Unidos, França, China e Rússia vêm reforçando o uso de energia nuclear tanto para fins civis quanto militares, o que reabre o debate sobre o papel estratégico da tecnologia no Brasil.
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