TotalEnergies e Siemens pressionam UE para eliminar regras de sustentabilidade | Sustentabilidade
A TotalEnergies e a Siemens lideram um grupo de 46 empresas europeias que pedem a abolição de uma das principais leis de sustentabilidade empresarial da União Europeia, revela um documento a que a Reuters teve acesso. Segundo os líderes das duas empresas, a medida é um passo crucial para reforçar a competitividade da Europa no mercado global.
O CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, e o seu homólogo da Siemens AG, Roland Busch, escreveram a carta ao presidente francês Emmanuel Macron e ao chanceler alemão Friedrich Merz, em nome de 46 empresas europeias.
A abolição das regras seria um “sinal claro e simbólico para as empresas europeias e internacionais de que os governos e a Comissão estão realmente empenhados em restaurar a competitividade na Europa”, afirma a carta datada de 6 de Outubro.
A Siemens afirma que melhorar a capacidade da Europa de competir globalmente requer menos “regulamentação excessiva” em todos os sectores. A proposta de eliminar as regras de sustentabilidade foi um exemplo de que “medidas significativas podem ser tomadas para reduzir a burocracia”, acrescenta a empresa.
Um porta-voz da TotalEnergies disse na quinta-feira à noite que a carta reflecte as cinco principais prioridades das 46 empresas para melhorar a competitividade da Europa.
A carta também apela à União Europeia para que não avance com os planos de reduzir as licenças gratuitas de poluição das indústrias no próximo ano e para que reforme as suas regras de concorrência, de modo a permitir mais fusões, considerando-as no contexto do mercado global, em vez de apenas na Europa.
A directiva da UE que obriga empresas a implementarem práticas sustentáveis (incluindo o dever de diligência) foi adoptada em 2024 e exige que as empresas tomem medidas para atenuar quaisquer efeitos negativos nos direitos humanos ou no ambiente causados pelas suas operações, mas também das suas cadeias de abastecimento, sob pena de serem sujeitas a multas correspondentes a 5% do seu volume de negócios global.
A medida tornou-se uma das mais controversas da agenda verde Europeia, e Bruxelas negoceia agora alterações para simplificar as regras para as empresas europeias, após resistência da Alemanha, França, bem como dos Estados Unidos, Qatar e de empresas como a Exxon Mobil.
Os apelos da Siemens e da TotalEnergies para eliminar completamente estes planos vão além do que já está a ser negociado na UE, visando a simplificação e estender as possíveis excepções a mais empresas.
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