Novo motor diesel da Audi pode rodar com óleo de cozinha

Com a União Europeia pressionando as montadoras para reduzir as emissões, o motor a diesel está desaparecendo gradualmente. Sua participação no mercado caiu de mais de 50% em meados dos anos 2000 para apenas 8% nos primeiros dez meses de 2025.

Isso coloca o diesel em quarto lugar entre os sistemas de propulsão na Europa, muito atrás de híbridos, a gasolina e até mesmo dos híbridos plug-in. Sim, pela primeira vez, os PHEVs estão superando os motores a diesel no Velho Continente.

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Fonte: Audi

Mas a Audi ainda não está pronta para aposentar o TDI. A empresa vende carros movidos a diesel desde 1989 e até venceu Le Mans oito vezes com um carro de corrida com um TDI. Certa vez, ela colocou um enorme V12 a diesel no supercarro R8, embora ele nunca tenha entrado em produção. Avançando para 2025, há um novo V-6 de 3 litros com um toque elétrico.

Estreando no A6 e no Q5, o novo motor diesel de seis cilindros da Audi combina um sistema híbrido leve com um compressor elétrico. Embora a marca já tenha oferecido motores diesel V6 com eletrificação de 48 volts anteriormente, essa é a primeira vez que o hardware híbrido leve funciona em conjunto com um compressor acionado eletricamente. A unidade é montada atrás do turbocompressor e do intercooler no caminho da admissão.

Quando você pisa no acelerador e o turbocompressor tem pouca energia para trabalhar, o ar de admissão é encaminhado para o compressor acionado eletricamente. Já comprimido pelo turbo acionado pelo escapamento, o ar é ainda mais comprimido antes de entrar na câmara de combustão. O resultado é mais torque em baixa rotação e praticamente nenhum atraso do turbo, ou turbo lag. A Audi ainda afirma que o mais recente V6 a diesel oferece uma resposta comparável à de um carro elétrico com potência semelhante.

Foto de: Audi

Quanto à potência, o 3.0 V6 fornece 300 cv a 3.620 rpm e 59,1 kgfm a partir de 1.500 rpm. Em comparação com seu antecessor, a pressão máxima do turbo é de 3,6 bar é atingido quase um segundo rápido. O lado compressor da turbina também gira cerca de 40% mais rápido, atingindo 90.000 rpm em apenas 250 milissegundos. Isso se traduz em uma resposta mais nítida ao sair da linha, com o veículo tendo mais resposta nos primeiros dois segundos e meio.

Ao arrancar, o sistema híbrido leve adiciona temporariamente 25 cv e 23,4 kgfm. Números impressionantes, mas como eles se traduzem na estrada? Um A6 Sedan equipado com o V6 a diesel chega a 100 km/h em 5,2 segundos e atinge velocidade máxima de 250 km/h. A perua Avant, um pouco mais pesada, precisa de apenas um décimo a mais.

Motor Audi V6 TDI EA897Evo4

Foto de: Audi

Apesar de ter o mesmo peso do A6 Sedan, o SUV Q5 é realmente mais rápido. Independentemente de você escolher o SUV de formato convencional ou o Sportback mais elegante, ambos atingem 100 km/h em cinco segundos e compartilham a mesma velocidade máxima do A6, limitada eletronicamente. Por mais impressionante que tudo isso pareça, o diagrama que ilustra a complexidade do trem de força nos deixaria preocupados com a possibilidade de algo dar errado.

Mas a Audi afirma que não devemos nos preocupar porque a durabilidade foi aprimorada em comparação com o V6 diesel anterior. Além disso, a eficiência de combustível aumentou. Mas, para deixar claro, esse não é um motor totalmente novo. O codinome “EA897evo4” confirma que é a mais recente evolução de um diesel do Grupo Volkswagen introduzido pela primeira vez em 2010. Ele chegou a equipar alguns modelos da Porsche antes de a marca abandonar totalmente o diesel após o escândalo Dieselgate. De fato, o EA897 fez parte do desastre que envolveu os dispositivos de fraude de emissões.

Ainda assim, a Audi insiste que esse V6 mais recente é o mais limpo até o momento. Ele pode até funcionar com óleo vegetal hidrotratado (HVO), que reduz as emissões de CO₂ em até 95% em comparação com o diesel convencional. Produzido a partir de óleo de cozinha usado e subprodutos agrícolas, o HVO já está sendo usado em carros a diesel construídos nas fábricas da Audi em Neckarsulm e Ingolstadt, na Alemanha.