Saiba qual país desponta como nova fronteira do petróleo offshore na América do Sul

Saiba qual país desponta como nova fronteira do petróleo offshore na América do Sul

O Suriname, país de pouco mais de 600 mil habitantes localizado na costa norte da América do Sul, entrou de vez no radar da indústria energética global.

Após o avanço da vizinha Guiana, que transformou suas reservas em um dos projetos de petróleo mais promissores da última década, o território surinamês agora atrai multinacionais e bilhões de dólares em investimentos, com descobertas de hidrocarbonetos que podem alterar o equilíbrio geopolítico e econômico da região.

Reservas estratégicas no Bloco 58

Em 2023, a TotalEnergies e a APA Corporation confirmaram descobertas relevantes em Sapakara South e Krabdagu, no Bloco 58. Os volumes recuperáveis estão estimados em 700 milhões de barris de petróleo, número que posiciona o Suriname entre os países com potencial de produção significativa em águas profundas.

O desenvolvimento prevê um sistema de poços submarinos conectados a uma unidade flutuante de produção, armazenamento e descarregamento (FPSO), instalada a cerca de 150 quilômetros da costa. A plataforma terá capacidade de 200 mil barris por dia, volume que pode mudar a escala da economia nacional.

A previsão é que a produção comece em 2028, após a decisão final de investimento (Final Investment Decision – FID) prevista para o final de 2024. Os aportes iniciais somam cerca de US$ 9 bilhões, destinados a infraestrutura submarina, FPSOs, transporte marítimo e qualificação de trabalhadores locais.

Expansão além do Bloco 58

A entrada de grandes companhias no país não se limita à TotalEnergies.

A ExxonMobil, em parceria com a Petronas, anunciou descobertas no Bloco 52.

A própria Petronas iniciou uma campanha de perfuração de três poços no mesmo bloco.

A Shell deve perfurar até quatro poços no Bloco 65 a partir do segundo trimestre de 2025.

Esse movimento evidencia o forte interesse internacional em diversificar reservas fora do Oriente Médio, com foco na chamada Margem Equatorial, faixa que se estende da Guiana ao Brasil e que apresenta semelhanças geológicas com bacias já consagradas, como a do pré-sal brasileiro.

Comparação com a Guiana e a Margem Equatorial Brasileira

Geólogos apontam que as formações sedimentares do Suriname guardam semelhanças com as da Margem Equatorial Brasileira, onde a exploração ainda enfrenta entraves ambientais e regulatórios. Esse paralelo reforça a expectativa de novas descobertas de grande porte, como ocorreu na Guiana, que em poucos anos passou de importadora de combustíveis a exportadora relevante de petróleo cru.

A possibilidade de repetir esse modelo faz com que o Suriname seja visto como a “próxima potência petrolífera da América do Sul”, título que lhe permitiria competir com vizinhos maiores e ampliar sua relevância geopolítica.

Impactos econômicos e sociais

A entrada em operação plena do setor petrolífero pode redefinir a economia surinamesa. O país, que hoje enfrenta limitações estruturais e forte dependência de commodities minerais, teria no petróleo uma nova fonte de empregos, tecnologia e arrecadação fiscal.

Além disso, a presença de multinacionais implica em investimentos paralelos em logística portuária, energia e transporte. O efeito multiplicador pode beneficiar setores como construção civil, serviços e capacitação profissional.

Desafios estruturais e ambientais

Apesar do entusiasmo, o Suriname terá de superar desafios para consolidar seu lugar no mapa energético:

Infraestrutura: portos, estradas e redes energéticas ainda são insuficientes para dar suporte a operações em larga escala.

Capital humano: será necessário investir em treinamento e educação técnica para integrar a mão de obra local às novas cadeias produtivas.

Sustentabilidade: a exploração em águas profundas exige padrões rigorosos de segurança ambiental, especialmente diante do risco de derramamentos.

A adoção de políticas públicas que garantam transparência na gestão das receitas do petróleo também será determinante para evitar o chamado “paradoxo da abundância”, em que países ricos em recursos naturais enfrentam instabilidade econômica e desigualdade social.

Perspectiva regional

A entrada do Suriname no mercado internacional de petróleo reforça a tendência de deslocamento do eixo de produção para a faixa norte da América do Sul. Se confirmadas as projeções de produção de 200 mil barris por dia a partir de 2028, o país terá condições de disputar protagonismo com a própria Guiana e se tornar um fornecedor relevante em meio às transições energéticas globais.

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