Petrobras relata primeira descoberta de petróleo no Brasil em 2025
A Petrobras identificou hidrocarbonetos no pré-sal da Bacia de Santos, em um poço exploratório no bloco de Aram.
Este é o primeiro traço de hidrocarbonetos relatado à Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) em 2025, após um ano de declínios acentuados que levantaram preocupações sobre o fornecimento futuro.
O poço 4-BRSA-1395-SPS fica a 245 km da cidade de Santos, no litoral de São Paulo, a uma profundidade de 1.759 m.
O poço está sendo perfurado e o intervalo portador de hidrocarbonetos foi verificado por meio de perfis elétricos e evidências de amostragem de gases e fluidos, que posteriormente serão caracterizados por meio de análises laboratoriais.
Segundo a Petrobras, esses dados permitirão avaliar o potencial e direcionar as próximas atividades exploratórias na área.
A empresa continuará perfurando o poço até a profundidade esperada e caracterizando as condições dos reservatórios encontrados.
“O bloco Aram constitui um importante ativo para a exploração do potencial do pré-sal, em particular na Bacia de Santos”, destacou a Petrobras em nota à imprensa. O bloco foi adquirido em março de 2020, na 6ª rodada de licitações da ANP, no regime de partilha de produção.
A Petrobras é operadora do bloco e detém 80% de participação, em parceria com a CNPC.
CONTEXTO
Em 2024, cinco descobertas de hidrocarbonetos foram reportadas à ANP, uma redução de 72% em relação ao ano anterior.
Após a descoberta do pré-sal, por volta de 2006, entre 80 e 140 descobertas de hidrocarbonetos foram relatadas anualmente, mas elas começaram a cair em 2013 e ainda mais a partir de 2014, quando o preço do petróleo despencou globalmente.
No ano seguinte, com o início da operação Lava Jato, a Petrobras – principal empresa de petróleo e gás do Brasil – congelou seus investimentos, impactando ainda mais a exploração.
O cenário levantou preocupações sobre a reposição das reservas nacionais comprovadas de hidrocarbonetos, que estavam em 15,9 Bb (bilhões de barris) de petróleo ao final de 2023, segundo os últimos dados da ANP.
Outro indicador preocupante diz respeito às declarações de comercialidade, que marcam o fim da fase de exploração e o início da fase de desenvolvimento da produção, com a criação de um campo de petróleo ou gás natural.
Em 2024, foram reportadas 11 declarações, abaixo das 15 em 2023. E todas foram em terra, o que, considerando a geologia do Brasil, significa que nenhum novo grande campo foi declarado.
PANORAMA
Se o país não avançar para novas fronteiras exploratórias, poderá enfrentar vulnerabilidade energética, com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê pico de produção em 2030.
Embora as perspectivas para o pré-sal sejam nebulosas, a indústria está de olho na Margem Equatorial, especialmente na Bacia da Foz do Amazonas, cujas reservas recuperáveis são estimadas em 10 bilhões de barris de óleo equivalente (Bboe).
No entanto, a obtenção de autorização para exploração tem sido controversa.
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