Rosatom, da Rússia, vai firmar parceria com Brasil sobre pequenos reatores nucleares, diz Silveira
Ideia inicial é fazer diagnóstico das potencialidades do Brasil, já que país tem uma das maiores reservas de urânio no mundo, segundo ministro; energia nuclear poderia substituir térmicas a óleo no Amazonas
BRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta segunda-feira, 12, que a Rosatom, corporação estatal russa de energia nuclear, vai firmar parceria com o Brasil para o futuro desenvolvimento de pequenos reatores nucleares. Ele conversou com jornalistas na China.
Essa parceria será iniciada com um diagnóstico das potencialidades do Brasil. Silveira reforçou que apenas 26% do subsolo brasileiro é conhecido e, ainda assim, o país tem uma das maiores reservas de urânio no mundo. O argumento de que há “uma Petrobras” em reserva de urânio é citado com recorrência pelo ministro.
“A Rosatom é a única empresa do mundo que já tem esses reatores em modo comercial. Portanto, o presidente (da Rússia, Vladimir) Putin deu a ordem à Rosatom para que faça o mais rápido possível a celebração de uma parceria com o governo brasileiro e possamos desenvolver os pequenos reatores nucleares, que serão essenciais para o futuro da energia”, declarou Silveira.
Os pequenos reatores nucleares (SMRs, na sigla em inglês) têm capacidades operacionais típicas entre 20 e 300 megawatt (MWe). Uma das vantagens citadas pelo ministro é a capacidade de “produzir energia dentro das indústrias”, beneficiando aquelas que precisam de muita energia.
“Você vai poder produzir no local da necessidade de energia. É fundamental que possamos, inclusive, trocar as térmicas a óleo, por exemplo, que tem no Amazonas, por nuclear. E é energia limpa, que não polui o ambiente”, frisou o ministro.
Silveira voltou a defender ainda o retorno das obras da Usina Nuclear de Angra 3, com um “modelo de gestão seguro”. O ministro ainda falou, brevemente, sobre combustíveis e declarou que o governo tem sido muito “rigoroso para manter” os preços da gasolina e diesel em patamar “mais acessível”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu agenda em Moscou na última quinta e sexta-feira. Lula afirmou no sábado que quer ampliar a pesquisa e exploração de minerais críticos no Brasil, com a parceria da Rússia. O presidente chegou a Pequim, China, no sábado para a quarta visita de Estado ao país. Há uma comitiva de ministros, incluindo Alexandre Silveira.
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