Ampliação da plataforma continental pode beneficiar o estado do Rio | CONECTA RJ
A ampliação da plataforma continental do Brasil no Sul, Sudeste e Nordeste abre caminho para novas descobertasStéferson Faria – Agência Petrobras
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) iniciou, neste mês, uma nova etapa, em parceria com a Marinha do Brasil, para ampliar sua plataforma continental — a extensão submersa do território nacional além das 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilômetros). O projeto foca na Margem Oriental/Meridional, que abrange áreas marítimas ao largo das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, com potencial direto de benefícios econômicos para o estado do Rio de Janeiro. Uma solicitação neste sentido já foi feita à Organização das Nações Unidas (ONU).
A ampliação dessa área pode abrir caminho para importantes descobertas de petróleo, especialmente em regiões de alto interesse geológico, como a Bacia de Santos, que já abriga o pré-sal e representa um dos maiores polos de produção de petróleo do mundo. Caso a solicitação brasileira seja aprovada, o país poderá explorar recursos naturais — como petróleo e gás — no leito e subsolo marinho de uma área estimada em mais de 950 mil km² além da atual zona econômica exclusiva.
A ANP colabora com o projeto fornecendo dados técnicos essenciais, como informações sísmicas e de poços, armazenados no Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP). Esses dados são fundamentais para comprovar, junto à ONU, que as formações rochosas da área submersa fazem parte da extensão natural do território continental brasileiro. A ANP também está disponibilizando sua Sala de Visualização de Dados à Marinha, permitindo o acesso facilitado e a seleção de dados com maior qualidade.
Esse esforço segue o modelo bem-sucedido adotado na Margem Equatorial, onde, em março de 2024, o Brasil obteve da ONU o reconhecimento de direitos sobre uma área de 360 mil km² de mar entre o Amapá e o Rio Grande do Norte.
No caso da Margem Oriental/Meridional, a perspectiva de novas descobertas de petróleo é especialmente relevante para o Rio de Janeiro, que concentra a maior parte das atividades da indústria de óleo e gás do país. Além disso, a Bacia de Santos, onde já se destaca o pré-sal, foi palco, em 2023, do primeiro leilão de um bloco de exploração situado além da zona econômica exclusiva, arrematado pela empresa norueguesa Equinor.
Ainda que a exploração em áreas tão distantes da costa represente desafios técnicos — com profundidades superiores a 3 mil metros —, os ganhos potenciais para o Brasil, e em especial para o nosso estado, serão significativos. A ampliação da plataforma continental reafirmará o protagonismo do estado como centro estratégico de operações offshore e atração de investimentos na cadeia produtiva de óleo e gás, com potencial de gerar ainda mais empregos e ampliar a arrecadação de royalties.
Com o avanço do processo junto à ONU, o Brasil se posiciona de forma ainda mais sólida no cenário energético global. E o Rio de Janeiro, com sua infraestrutura, expertise e protagonismo no setor, deve colher os frutos desse novo capítulo da exploração offshore brasileira.
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