ANP divulga relatório de incidente no campo de Riachuelo

A diretoria da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta quinta-feira a divulgação do relatório de investigação de acidente ocorrido no campo de Riachuelo, da operadora Carmo Energy S.A. O incidente ocorreu em 7 de janeiro de 2025, na unidade de bombeio de um poço do campo, e resultou no falecimento de um vigilante que realizava ronda da equipe de segurança da instalação.

A partir da aprovação do relatório de investigação do incidente, terá início o processo administrativo que determinará as sanções a serem aplicadas pela ANP à empresa.

O incidente foi comunicado pela empresa à ANP no próprio dia 7 de janeiro, conforme determina o Manual de Comunicação de Incidente da agência reguladora.

A ANP disse que assim que tomou conhecimento do incidente deslocou um servidor até a locação do poço, ainda na noite do dia 7, para avaliar o local e obter mais esclarecimentos. Em decorrência do incidente, foi instaurado um processo administrativo de investigação independente, realizado por três servidores da agência.

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Foi apurado que, durante ronda de equipe de segurança patrimonial, um vigilante entrou na área gradeada do motor, redutor e manivelas da unidade de bombeio mecânico de um poço que, naquele momento, estava parado/desligado. A unidade de bombeio mecânico do poço operava em modo “pump off”, ou seja, funciona por algumas horas e interrompe o bombeamento de forma a permitir que o reservatório recupere o nível de petróleo para posterior acionamento da bomba, sendo essa operação automatizada. Enquanto o vigilante encontrava-se dentro do raio de ação das partes móveis do equipamento (manivela e contrapeso), a unidade de bombeio mecânico foi religada automaticamente, fazendo com que a manivela e contrapeso o atingissem.

Após o incidente, a empresa informou que o serviço de resgate foi acionado e foram prestados os primeiros socorros à vítima pelas testemunhas do acidente, mas, em função da gravidade dos ferimentos, o vigilante faleceu ainda no local.

A comissão de investigação da ANP identificou três fatores causais para o incidente: (1) ausência de sinalização de advertência; (2) posicionamento inseguro; (3) acionamento automático do equipamento sem alerta prévio. Adicionalmente, foram identificadas três causas raízes: (1) ausência de sinalização de segurança; (2) falha na comunicação dos perigos envolvidos nas atividades de E&P; (3) falha na análise de riscos da operação em pump off das unidades de bombeio mecânico.

Com o objetivo de evitar a ocorrência de incidentes semelhantes, a ANP elaborou recomendações que devem ser seguidas não só pela Carmo Energy, mas por todos os operadores dos contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural. São elas: (1) Instalar próximos às unidades de bombeio mecânico placas de advertência que sinalizem os principais perigos associados ao seu funcionamento; (2) Realizar campanha periódica de conscientização dos funcionários (próprios e terceirizados) sobre perigos relacionados às instalações; (3) Instalar dispositivo sonoro para sinalização de partida remota de unidades de bombeio mecânico (com antecedência mínima de um minuto); (4) Para instalações terrestres, realizar simulados de emergência também para eventos nas locações dos poços com vítima(s), avaliando o tempo de deslocamento das equipes de resposta à emergência até o local do incidente, incluindo a equipe médica; (5) Criar sistema de sinalização, com placas e afins, ou a utilização de aplicativo com GPS de forma a garantir que as equipes de resposta à emergência, próprias ou de terceira parte, possam identificar o trajeto às instalações, incluindo as locações dos poços; (6) Criar programa de conscientização e divulgação dos canais de emergência para funcionários (próprios e terceiros) e para a população.