ANP VAI REDUZIR EXPEDIENTE E FECHAR ANDARES DE SEU ESCRITÓRIO CENTRAL NO RIO POR TRÊS DIAS NA SEMANA
O aperto orçamentário promovido pelo governo federal está, cada vez mais, sufocando o funcionamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Diante de tamanha crise, a maior na história de quase 30 anos do órgão regulador, a ANP vai, praticamente, fechar as portas durante três dias por semana a partir do dia 28 de julho. A medida drástica visa economizar recursos para que, com sorte, a agência consiga atravessar o restante do ano de 2025. A medida foi revelada hoje (17) pelo superintendente da ANP Luciano Lobo, durante o seminário Energia 360 Alagoas, na capital Maceió. A informação foi confirmada à reportagem do Petronotícias pela assessoria de imprensa da agência.
“A ANP está passando pela pior crise dos últimos 20 anos. Sou concursado há 20 anos e nunca vi uma crise tão grave”, denunciou. “Ontem (quarta), a ANP comunicou que vai fechar as portas por três dias na semana para economizar recursos, para tentar chegar ao final do ano. Vai apagar as luzes”, afirmou Lobo.
Em nota encaminhada ao Petronotícias, a agência confirmou que o expediente do Escritório Central, no Rio de Janeiro, se encerrará às 17h, com o desligamento das luzes e do ar condicionado a partir de 28 de julho. “Além da mudança no horário de encerramento, com exceção do 12º, do 15º e do 21º andares, o escritório ficará fechado 3 vezes por semana, às segundas, terças e sextas-feiras. As equipes dos andares que não funcionarão nesses dias deverão trabalhar em home office e poderão trabalhar presencialmente às quartas e quintas-feiras até às 17h”, acrescentou.
A situação da ANP é dramática e o governo parece, até o momento, estar dando de ombros para a situação. O diretor-geral em exercício da agência, Bruno Caselli, esteve no início do mês em audiência no Senado Federal e detalhou o quadro da autarquia. Em termos reais, a ANP detém atualmente apenas 18% do orçamento que tinha em 2012/2013.
“Com a redução da previsão orçamentária limitada a R$ 105 milhões até o final do ano, corremos o risco de encerrar 2025 com um trimestre inteiro da Agência perdido. É um valor completamente incompatível com as nossas necessidades. Compreendemos a questão da política fiscal, mas o fato é que a capacidade de atuação do regulador fica extremamente limitada nesse contexto”, explicou Caselli na ocasião.
A ANP já suspendeu a fiscalização da qualidade dos derivados feita pelo Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), bem como diminuiu a pesquisa semanal de preços nos postos de combustíveis. Além disso, a agência também suspendeu seu canal de atendimento telefônico 0800.
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