Apesar dos desafios, setor solar brasileiro deve alcançar novos voos em 2025
Espera-se que o setor de energia solar do Brasil continue crescendo fortemente em 2025, apesar do aumento das tarifas de importação de módulos fotovoltaicos.
A Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) prevê que o país adicionará 13,2 GW de capacidade instalada este ano, o que representaria um crescimento de 25% em comparação com 2024. Como resultado, a capacidade solar total do Brasil está projetada para atingir 64,7 GW, compreendendo 21,7 GW de projetos de geração centralizada e 43 GW de geração distribuída (GD).
A Absolar estima investimentos de aproximadamente R$ 39,4 bilhões (US$ 6,5 bi) em 2025.
Gilberto Camargos, diretor-executivo da fabricante de inversores solares e baterias SolaX Power, destacou que os preços dos painéis solares caíram significativamente nos últimos anos.
“Mesmo com a redução das ex-tarifas [regime de redução temporária de impostos de importação de determinados produtos] e a imposição de um novo imposto de importação, os projetos continuam atrativos”, disse ele à BNamericas.
Para Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, haverá desafios neste ano devido ao ambiente macroeconômico desfavorável, à desvalorização do real e ao aumento dos juros.
“Mesmo diante destas turbulências, o setor solar fotovoltaico brasileiro segue comprometido com a transição energética sustentável do Brasil. O crescimento da energia solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros, fatores cruciais para alavancar a economia nacional e para o atingimento dos compromissos ambientais do País”, afirmou em comunicado.
ARMAZENAMENTO
Para baterias, as tarifas aumentaram em aproximadamente 4% na fonte (China), mas os preços continuam caindo devido à crescente demanda global e às economias de escala, de acordo com Camargos.
Ele prevê um crescimento significativo no mercado de armazenamento de energia do Brasil em 2025. Um fator-chave é a expansão do fenômeno de “inversão de fluxo”, que começou em Minas Gerais e agora está se espalhando para outros estados, causando apagões.
A inversão de fluxo ocorre quando a energia gerada pelos sistemas de GD excede a demanda do consumidor ou é restringida por limitações da rede.
À medida que esse problema persiste, Camargos prevê uma mudança de mercado em direção a sistemas híbridos.
“A partir do momento em que é implantado o sistema de armazenamento com bateria, injetar energia na rede deixa de ser um problema. Esse sistema oferece mais autonomia para que a pessoa possa gerar sua própria energia e também armazená-la, além de mais segurança e independência da concessionária”, comentou.
Camargos projeta que 2025 será um ano marcante para sistemas híbridos de inversores e armazenamento no Brasil, com taxas de crescimento entre 30% e 40%.
Ele também enfatizou que eventos climáticos extremos têm impulsionado o crescimento do mercado e provavelmente continuarão assim.
Por exemplo, em outubro de 2024, um apagão de cinco dias em São Paulo afetou milhões de pessoas. Com a chegada do verão – uma estação marcada por tempestades –, a frequência de apagões em todo o país deve aumentar.
“Foram justamente os apagões de 2023 que alavancaram as oportunidades para oferecer nossos produtos no mercado. E acredito que em 2025 esse cenário irá se repetir, com oportunidades surgindo por conta dos apagões”, concluiu Camargos.
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