Assassinatos de indígenas aumentam 201% em uma década e atingem 211 casos em 2024
Relatório do Cimi aponta Roraima como estado mais violento; Marco Temporal agrava conflitos por terras
Os assassinatos de indígenas no Brasil cresceram 201,43% em dez anos, saltando de 70 casos em 2014 para 211 em 2024, segundo relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Roraima lidera o ranking com 57 homicídios, seguido por Amazonas (45) e Mato Grosso do Sul (33), enquanto a Bahia registrou 23 mortes. Do total de vítimas, 71 eram jovens entre 20 e 29 anos. O estudo também revela aumento nos casos de violência contra povos originários, que passaram de 248 para 424 registros no mesmo período, incluindo ameaças, racismo e violência sexual.
O relatório atribui parte da escalada de violência à Lei do Marco Temporal (14.701/2023), que, segundo o Cimi, paralisou demarcações e intensificou conflitos fundiários. Em 2024, foram registrados 154 conflitos territoriais em 114 terras indígenas, com ataques armados contra comunidades Guarani, Kaiowá e Pataxó. O Ministério dos Povos Indígenas afirmou que se opõe à lei e destacou a homologação de 13 terras desde 2023, mas reconheceu o agravamento da violência em meio à insegurança jurídica.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
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