Combustível do PCC tinha até 90% de metanol; ANP permite apenas 0,5%
Altamente inflamável e tóxico, o metanol era distribuído a postos e distribuidoras, gerando lucros bilionários à organização criminosa.
Os combustíveis encontrados em alguns postos alvos da megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (28) continham até 90% de metanol, substância que, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), só pode estar presente em até 0,5% na gasolina e no etanol.>
A investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) estava por trás da importação irregular de produtos químicos para adulterar combustíveis comercializados no estado. Estima-se que a prática atinja cerca de 30% dos postos de combustíveis paulistas, aproximadamente 2,5 mil estabelecimentos.>
Altamente inflamável e tóxico, o metanol era distribuído a postos e distribuidoras, gerando lucros bilionários à organização criminosa.>
“O metanol tem limite de 0,5% em combustíveis, mas encontramos postos com até 90%. Isso representa um risco extremo para a população, para os veículos e para o meio ambiente”, afirmou o promotor Yuri Fisberg, em coletiva de imprensa.>
Segundo os investigadores, o esquema funcionava principalmente por meio da importação clandestina de metanol pelo Porto de Paranaguá (PR). O produto não era entregue aos destinatários das notas fiscais, mas sim desviado e transportado de forma ilegal, com documentação falsa e sem condições adequadas de segurança, o que aumentava o risco para motoristas, pedestres e comunidades próximas.>
“Esse metanol, que deveria abastecer indústrias químicas, era desviado para abastecer postos de combustíveis em São Paulo. Muitas dessas empresas são de fachada ou atuam de forma paralela para encobrir o esquema”, explicou o promotor.>
De acordo com o MP, a investigação já detectou fraudes em mais de 300 postos de combustíveis. Além de vender produtos adulterados (fraude qualitativa), muitos estabelecimentos também entregavam quantidades menores de combustível do que o informado nas bombas (fraude quantitativa).>
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