Empresários de Palma querem mais benefícios do projecto Mozambique LNG – aimnews.org
Palma (Moçambique), 6 Set (AIM) – Empresários do distrito de Palma, província de Cabo Delgado, zona norte e a TotalEnergies reuniram-se sábado (06) para discutir a participação do sector privado local no projecto Mozambique LNG, orçado em 20 mil milhões de dólares norte-americanos.
O encontro tinha por objectivo alinhar as expectativas de ambas as partes e reforçar os canais de diálogo, num momento em que cresce a esperança em torno do levantamento da cláusula de “Força Maior” e, naturalmente, da retoma do megaprojecto.
Os empresários locais transmitiram as suas preocupações ligadas ao desemprego juvenil, à estagnação da economia distrital e ao receio de exclusão das empresas locais no fornecimento de bens e serviços à multinacional.
Questionaram ainda a concentração dos trabalhadores no acampamento de Afungi, que, no seu entender, impede o florescimento de negócios de hotelaria, restauração e serviços na vila de Palma.
“Temos alojamento e restaurantes sem clientes porque os trabalhadores estão confinados em Afungi. Isso limita o dinamismo da economia local”, afirmou Momed Omar, empresário do sector de hotelaria.
Por sua vez, Ema Salimo, que opera em logística, acrescentou, “há percepção de que nem todos os produtos comprados pelo projecto vêm de empresários locais. Precisamos de mais transparência e oportunidades reais de participação”, disse.
Face às inquietações, o director-geral da TotalEnergies em Moçambique, Maxime Rabilloud, reconheceu que existem falhas de comunicação que criaram mal-entendidos, mas assegurou que a intenção da empresa é intensificar as compras locais com a retoma das operações.
“Foi uma reunião importante. Notei que existem falhas de comunicação. Quero deixar claro: não há nenhuma intenção de reduzir as compras aos empresários locais. Pelo contrário, com o levantamento da Força Maior, vamos aumentar a participação da economia local”, sublinhou.
Rabilloud destacou ainda que, actualmente, grande parte da alimentação dos cerca de 2.000 trabalhadores em Afungi já é adquirida em Palma, tanto a produtores agrícolas como a fornecedores locais.
“O nosso compromisso é garantir que os benefícios sejam sentidos pelas comunidades e pelo sector empresarial de Palma. Estarei pessoalmente envolvido para que isso aconteça”, asseverou.
Apesar de não ter havido consenso, o encontro foi considerado produtivo e as partes marcaram uma nova reunião para 11 de Setembro corrente, na qual a TotalEnergies promete levar a Palma uma equipa especializada para recolher propostas e definir soluções concretas. Rabilloud adiantou ainda que regressará a Palma antes do fim do mês de Setembro para dar continuidade ao processo.
“Vamos manter este diálogo permanente. O nosso objectivo é desenvolver Moçambique, Cabo Delgado e Palma em particular, e isso só será possível com a participação activa das comunidades e das empresas locais”, concluiu o responsável.
Com a aproximação do reinício formal do maior projecto de gás natural liquefeito em África, cresce a expectativa de que o maior dinamismo económico de Palma se reflicta em benefícios directos para os empresários e população locais.
(AIM)
Paulino Checo/sg
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