Hidrogénio vai superar o diesel
Qual será o espaço do hidrogénio no futuro dos automóveis? Esta é uma pergunta cuja resposta ainda não é clara, mas apesar das muitas limitações ainda existentes, é facto que é uma solução de mobilidade ‘verde’ que está a ser explorada por vários construtores.
A Toyota investe neste tipo de combustível há várias décadas e acredita no potencial futuro dos automóveis de célula de combustível de hidrogénio (FCEV) – incluindo na possibilidade de substituírem as motorizações a diesel.
Esta é a previsão algo ‘ousada’ de Sean Hanley, vice-presidente da Toyota Austrália para vendas, marketing e operações ‘franchise’. Afirmou citado pelo CarExpert: “O diesel não vai desaparecer em nenhum momento na próxima década, mas depois disso, acho que o hidrogénio vai superar o diesel“.
O dirigente australiano, que falou focado na realidade daquele país, não crê que o diesel seja “necessariamente um combustível do futuro”.
Considera que o hidrogénio não vai generalizar-se “subitamente” – pelo menos, até ao fim desta década: “Mas nos anos 2030, particularmente nesse horizonte de 2035, acredito verdadeiramente que o hidrogénio será o nosso futuro“, afirmou.
Sean Hanley destacou o potencial do hidrogénio nas perspetivas da autonomia e do impacto ambiental, e também espera melhorias significativas na “infraestrutura de hidrogénio”. Para além disso, ressalvou que este não é um investimento para o curto prazo.
Longas décadas de investimento
A Toyota começou a desenvolver FCEV em 1992, ou seja, há quase três décadas e meia. O Mirai é o seu modelo em destaque neste campo atualmente, tratando-se de um sedã executivo que está em produção desde 2014. O preço em Portugal começa nos 74.800 euros, propondo 650 km de autonomia.
No seu site, o fabricante defende que os FCEV “têm um papel único na descarbonização dos transportes e na economia mais amplamente”, sendo “cruciais para proporcionar zero emissões em vários tipos de transporte rodoviário”.
Os muitos desafios do hidrogénio
Um veículo a hidrogénio gera a eletricidade que o alimenta através de uma reação química entre o hidrogénio e o oxigénio numa pilha de células de combustível. O processo é isento de emissões poluentes e não obriga a ter baterias tão grandes como as dos elétricos convencionais.
Porém, ainda não é uma tecnologia de motorizações generalizada, pelo que a infraestrutura também ainda é limitada – em particular ao nível de reabastecimento.
Para ter uma ideia, segundo o ACP – Automóvel Club de Portugal, em Portugal há apenas dois postos de abastecimento (em Cascais e em Vila Nova de Gaia).
Algo que não é compatível com a adoção massiva destes veículos. Em todo o caso, o Plano Nacional do Hidrogénio estipula a meta de criar 50 a 100 postos até 2030.
Os custos de produção (e compra) do combustível são altos, assim como dos automóveis, e há desafios de transporte e armazenamento e ao nível de eficiência energética.
Desafios e limitações estes que os construtores querem tentar superar, numa altura em que se pensa em como ter uma mobilidade mais sustentável e ‘amiga do ambiente’ no futuro não muito longínquo.
A BMW é outro dos fabricantes que está a investir, prevendo lançar em 2028 o seu primeiro modelo de produção em série movido a hidrogénio.
Leia Também: BMW prepara-se para o futuro a hidrogénio. Primeiro modelo em 2028
Share this content:
Publicar comentário