Origem investirá US$ 700 milhões para fazer de Alagoas ‘a bateria do Brasil’, diz CEO

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MACEIÓ – A Origem Energia quer fazer do Estado de Alagoas a bateria do Brasil e aguarda apenas a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para investir no projeto de armazenagem de gás natural em terra, o primeiro do País.

A iniciativa dará flexibilidade não só à geração de energia das térmicas programadas pela companhia, mas também ao atendimento de indústrias, residências e demais usos do insumo, hoje 50% importado pelo Brasil, disse ao Estadão/Broadcast o presidente da Origem, Luiz Felipe Coutinho.

“A Origem acredita muito em tirar o Brasil dessa armadilha da necessidade de importação, que nos faz competir com países mais ricos que o nosso, como a Europa, ou com países cuja competitividade é maior, como os países asiáticos”, disse Coutinho, destacando que uma produção interna de gás mais relevante é fundamental para reduzir o preço no mercado interno.

Ao armazenar gás natural em reservatórios esgotados em terra, a empresa ganha flexibilidade para usar o insumo quando demandado, seja para gerar energia em suas térmicas, seja para atender terceiros.

Com a armazenagem de gás, que ganhará governança própria — outro CNPJ, outro CEO —, serão construídos 500 megawatts (MW) em térmicas, dependentes da realização do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) do governo, ainda sem data definida.

Coutinho informou que, ao todo, serão US$ 700 milhões em investimentos, sendo US$ 500 milhões no parque termoelétrico e US$ 200 milhões para estocagem de gás natural. Anualmente, a empresa aplica entre US$ 100 milhões e US$ 120 milhões em exploração e produção (E&P) no país, 97% concentrados em Alagoas.

O segmento de térmicas também terá governança própria, assim como a área de portos, após a companhia iniciar, em fevereiro, a operação de um terminal no Porto de Maceió. O nome das futuras empresas ainda não foi definido, segundo o CEO.

“A gente acredita muito na importância do Porto. Primeiro, o Porto tem uma importância estratégica para a própria independência e descolamento da nossa produção. A Origem hoje é completamente independente de qualquer outro ator para escoar tanto a sua produção de petróleo quanto gás”, disse Coutinho após a abertura do seminário Energia 360, em Maceió, que reuniu o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro; a diretora da ANP, Symone Araújo — uma das responsáveis pela futura autorização para a armazenagem de gás —, e o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, entre outros.

Segundo Coutinho, ainda não é possível dizer quando será iniciada a armazenagem, que poderá reter cerca de 1 bilhão de metros cúbicos de gás natural em reservatórios já exauridos. “Mas tudo já está pronto para entrar em operação”, explicou, assim que a ANP autorizar.

“Faltam poucos passos. A Origem tem enviado todas as solicitações da agência (NA). Acho que agora é o rito natural do caminho, que eu acho que eu posso ter uma confiança de falar, com alguma convicção, que a gente está na reta final, talvez ali nos últimos 10%”, disse o executivo. “E a agência tem sido muito parceira. A agência entendeu a importância dessa infraestrutura para o País. E agora é simplesmente seguir os rituais necessários para que nasça com a regulação adequada, que a sociedade saiba que todos os passos de um negócio regulado foram efetivamente concluídos.”

Também a licença ambiental, de âmbito estadual, deve sair em breve, avaliou Coutinho, que espera ter tudo concluído no segundo semestre deste ano. “Não quero aqui opinar pelo lado do regulador, mas eu acho que seria o natural”, avaliou.

Tucano

A Origem opera 14 concessões de campos maduros de óleo e gás natural, das quais 13 em terra (onshore) e uma em águas rasas (offshore) nos Estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte, além de 18 blocos exploratórios nas bacias Sergipe-Alagoas e Tucano Sul.

O Polo Alagoas é, no momento, o principal foco da companhia, onde já produz 1,6 milhão de metros cúbicos de gás por dia (m³/d) e 3,7 mil barris de petróleo, ou 14 mil barris de óleo equivalente por dia (boed).

“Quando a gente chegou eram 3 mil boed, a gente multiplicou por mais de 4 vezes”, ressaltou Coutinho. “E já chegamos a bater um pico de 2 milhões e 200 mil metros cúbicos de gás de produção. E a gente espera, em breve, atingir esse pico de novo, mas temos que adequar a infraestrutura, a UPGN tem capacidade para 1,8 milhão de m3/d”, explicou.

Ainda este ano, Coutinho pretende desenvolver a produção do Polo Tucano Sul, na Bahia, que, segundo ele, possui grande potencial de gás natural.

“De quatro bacias de gás não associadas (ao petróleo) do Brasil, que são Urucu, no meio da selva amazônica; Parnaíba (Maranhão), isolado lá com a Eneva; e Alagoas e Tucano Sul, a Origem detém as únicas duas bacias não associadas conectadas à malha de gasodutos (Alagoas e Tucano Sul). As únicas duas bacias com capacidade de escoar gás para qualquer lugar do Brasil”, disse o executivo.

Segundo ele, hoje, produzindo 60 mil m³/d de gás natural, Tucano Sul já atingiu 1 milhão de m³/d em 2006, marca que Coutinho pretende repetir.

“A gente deve começar no segundo semestre desse ano, ou no primeiro semestre do ano que vem, o desenvolvimento dessa bacia (Tucano Sul), tem, que perfurar poços. Mas está nos planos e objetivos da companhia para muito em breve”, informou Coutinho, prevendo, para entre quatro e cinco anos, o aumento da produção baiana da companhia.

*A repórter viajou a convite da empresa

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