Paralisação na Bacia de Campos acende alerta em municípios dependentes de royalties
A paralisação das atividades do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, por determinação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) após inspeção em plataforma, acendeu o sinal vermelho entre prefeitos de municípios do Rio de Janeiro. Com produção iniciada em 2011, o campo é confrontante com uma lista de cidades, como Parati, Búzios, Macaé e Cabo Frio, e só no último trimestre arrecadou R$ 16,2 milhões de participação especial para elas. Algumas prefeituras já adotam medidas de contenção de gastos diante do cenário de menos dinheiro em caixa nos próximos meses.
VEJA teve acesso a um cálculo da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) sobre o impacto financeiro para 21 municípios nos meses de outubro e novembro. As estimativas levam em consideração um mês de produção paralisada no campo. Parati lidera o prejuízo, com R$ 4,3 milhões. A cidade da Costa Verde é responsável por uma fatia de 37,8% dos royalties do campo de Peregrino. Atrás vem Cabo Frio, na Região dos Lagos, com R$ 3,5 milhões, ou 17,5%. Macaé (4,1%) deve deixar de receber R$ 2,8 milhões. Até a capital fluminense deve ser prejudicada, num volume menor, com menos R$ 359 mil de repasse.
Com falhas na área de segurança verificadas pela ANP, Peregrino está em processo de mudança de controle da norueguesa Equinor para a brasileira PRIO, num negócio de US$ 3,35 bilhões. Na última segunda-feira, 18, em comunicado a acionistas e ao mercado, a PRIO informou que a agência nacional decidiu, na sexta anterior, pela interdição do navio-plataforma FPSO Peregrino, exigindo melhorias, a cargo da Equinor. O prazo para os ajustes pela empresa europeia vai de três a seis semanas.
O campo de Peregrino opera através de quatro plataformas (FPSO Peregrino, Peregrino A, Peregrino B e Peregrino C, sendo as três últimas plataformas fixas) e produz cerca de 100 mil barris de petróleo ao dia. A PRIO, parceira no consórcio com 40%, assumirá o controle com a compra de 60% da Equinor. O negócio deve ser fechado no começo de 2026. Em ação de auditoria na semana passada (entre os dias 11 e 15), a ANP identificou na FPSO Peregrino “situações de risco grave e iminente”, como estudos de risco desatualizado, sistema de dilúvio deficiente, proteções contra explosões degradadas, falhas no sistema de alarme e cobertura de detectores de fogo insuficiente.
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