PCC na Faria Lima: mensagens mostram como criminosos agiam
A Polícia Federal conseguiu encontrar mensagens que mostram como integrantes de uma quadrilha ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital) sabiam com antecedência quando teriam operações de fiscalização contra o grupo. As informações foram divulgadas pelo programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo, dia 31.
+ Oito foragidos de megaoperação contra o PCC são incluídos na lista da Interpol
De acordo com os investigadores, eles conseguiam se preparar e até suspender as atividades para evitar flagrantes. Em uma das conversas, um dos suspeitos, Thiago Augusto de Carvalho Gomes, que foi preso, diz: “Já tudo parado, né? Que a gente sabia que ia começar”.
Em outro trecho, o homem demonstra estar pronto para reagir em caso de problemas durante a operação. “Pistola na cintura e diesel, pai!”, escreveu.
O esquema bilionário aconteceu em sete etapas. Na primeira, a quadrilha usou o Porto de Paranaguá (PR) para importar, de forma clandestina, produtos químicos como metanol e nafta. Elas eram desviadas para adulterar gasolina e etanol vendidos em postos do Brasil.
No celular de Rafael Renard Gineste, empresário preso na operação, a polícia achou algumas mensagens trocadas com Thiago. Em uma delas, Thiago pergunta: “Não dá pra fazer algo nessa gasolina pra render mais? E baixar o custo dela? Etanol, sei que podemos jogar um ‘m’ (uma referência ao metanol)”.
Na segunda etapa, o grupo comprou pelo menos cinco usinas de etanol no interior de São Paulo. Lá, era produzido o combustível para a rede criminosa e também era lavado dinheiro. Na terceira etapa, os criminosos estruturaram distribuidoras próprias.
Na quarta etapa, a empresa G8Log, ligada a Mohamad Hussein Mourad, o Primo, usava caminhões para levar combustível adulterado até os postos. Na quinta etapa, a rede criminosa aumentou e foi para cerca de 1,2 mil postos de combustíveis em várias cidades brasileiras.
Na sexta e principal das etapas, a BK Instituição de Pagamento, movimentou R$ 46 bilhões em cinco anos por meio de contas “bolsão”, que dificultavam o rastreamento da origem e do destino do dinheiro. Na sétima etapa, o dinheiro chegava na Avenida Faria Lima.
A quadrilha usava administradoras de fundos de investimento para transformar dinheiro sujo em patrimônio legalizado. Foram identificados 42 fundos controlados pela organização, somando R$ 30 bilhões já bloqueados pela Justiça.
Share this content:
Publicar comentário