PETROBRÁS ATUALIZA SEUS PLANOS PARA PROJETOS EM REFINO E PETROQUÍMICA, COM INVESTIMENTOS DE R$ 33 BILHÕES
Complexo de Energias Boaventura, o antigo Comperj
A Petrobrás atualizou nesta quinta-feira (3) seus planos para as áreas de refino e petroquímica, com previsão de investimentos de R$ 33 bilhões. Desse total, R$ 29 bilhões correspondem a recursos próprios da estatal, enquanto os R$ 4 bilhões restantes são referentes a um projeto da Braskem, em sinergia com ativos operados pela Petrobrás. Os detalhes foram apresentados em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira. Já nesta sexta-feira (4), a Petrobrás promoverá um evento na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para marcar a “apresentação” oficial dos projetos. Apesar da cerimônia, todos os empreendimentos já eram de conhecimento do mercado.
O principal deles é a integração entre o Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), e a Reduc. Esse projeto receberá R$ 26 bilhões e prevê aumento de 76 mil barris por dia (bpd) na produção de diesel S-10 — sendo 56 mil bpd via troca de qualidade e 20 mil bpd em capacidade adicional. Também estão previstos acréscimos de 20 mil bpd na produção de querosene de aviação (QAV) e 12 mil bpd de lubrificantes do grupo II.

Refinaria Duque de Caxias – REDUC
O planejamento da Petrobrás inclui ainda a instalação de uma planta dedicada à produção de BioQAV no Complexo Boaventura, com capacidade para fabricar 19 mil bpd de combustíveis renováveis — Hydrotreated Vegetable Oil (HVO) e Sustainable Aviation Fuel (SAF). Também fazem parte do pacote duas novas termelétricas a gás no mesmo complexo, que deverão disputar os leilões de reserva de capacidade. Os projetos já contam com engenharia aprovada e serão integrados à infraestrutura da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) de Itaboraí.
Enquanto isso, a Petrobrás segue avaliando um empreendimento de rerrefino de lubrificantes na Reduc, com capacidade de 30 mil m³ por mês (ou 6,3 mil bpd). Com a operação do Complexo Boaventura para a produção de lubrificantes grupo II, a Reduc poderá converter unidades existentes para rerrefinar óleos usados. O teste de coprocessamento já foi autorizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e está programado para ocorrer ainda este ano.
REDUÇÃO DE EMISSÕES E PETROQUÍMICA
Na agenda de descarbonização, a Reduc concluiu com sucesso o teste de produção do primeiro SAF com conteúdo renovável, por meio de coprocessamento, incorporando até 1,2% de óleo de milho ao QAV. A ANP já autorizou a operação comercial, com previsão de início nos próximos meses. A capacidade será de até 50 mil m³/mês (10 mil bpd). A refinaria também produz atualmente o Diesel R5 (com 5% de conteúdo renovável) e obteve autorização para iniciar os testes do Diesel R7 (com 7%). Essas iniciativas reforçam o compromisso da companhia com a transição energética e a redução de emissões de carbono.
A Petrobrás também planeja instalar uma nova central termelétrica na Reduc, substituindo sistemas antigos de geração de vapor e energia elétrica. A iniciativa tem investimento estimado em R$ 860 milhões e visa elevar a confiabilidade e a eficiência da planta a padrões internacionais. Além disso, a empresa prevê até R$ 2,4 bilhões em paradas de manutenção na Reduc entre 2025 e 2029, com foco em segurança operacional e integridade das unidades. Entre as intervenções mais relevantes, destacam-se as programadas para 2026 nas áreas de coqueamento retardado e hidrotratamento.

Planta da Braskem no Rio de Janeiro
Na área petroquímica, a Petrobrás estuda a produção de ácido acético e monoetilenoglicol (MEG) no Complexo Boaventura. O ácido acético é essencial para as indústrias de tintas, PET e química em geral. Atualmente, o Brasil importa todo o ácido acético que consome, além de complementar com importações parte da demanda de MEG.
A Braskem, coligada da Petrobrás, também planeja investir cerca de R$ 4 bilhões na ampliação da sua planta de polietileno, em Duque de Caxias, o que aumentará a capacidade produtiva em até 230 mil toneladas por ano. O projeto utilizará parte do gás natural processado na Rota 3 do Complexo Boaventura e ainda depende de aprovações internas da companhia.
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