Proteção contra surtos elétricos se torna prioridade em sistemas fotovoltaicos no Brasil
O debate sobre proteção contra surtos elétricos em sistemas fotovoltaicos vem ganhando força no Brasil.
Apesar de normas técnicas como a NBR 16690, IEC 61643-32, NBR 5419 e NBR 5410 recomendarem o uso de DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos), tanto no lado de corrente contínua quanto no de corrente alternada, parte do mercado ainda negligencia essas medidas, colocando em risco a segurança das instalações e provocando prejuízos em toda a cadeia de fornecimento. Essa é a avaliação de Yasmin Brito, engenheira eletricista e gerente de negócios da CLAMPER.
Segundo a engenharia eletricista, o problema surge da prática de depender apenas das proteções internas dos inversores. “Embora esses equipamentos contenham mecanismos básicos de segurança, eles não foram projetados para suportar surtos de alta intensidade”, pontua.
Quando isso acontece, a passagem de correntes elevadas dentro do equipamento gera campos eletromagnéticos que se espalham rapidamente, atingindo componentes sensíveis e acelerando o desgaste de toda a estrutura eletrônica. O resultado é a redução significativa da vida útil do sistema, que fica mais vulnerável a falhas e prejuízos.
“A passagem de correntes elevadas dentro do inversor gera campos eletromagnéticos que podem danificar rapidamente os componentes eletrônicos, comprometendo a vida útil do sistema”, alertou.
Estudos da UPE (Universidade de Pernambuco), indicam que a utilização de proteção externa, em conformidade com as normas de instalação, é essencial.
“Mais de 93% da corrente de surto é desviada para os dispositivos externos, aliviando a proteção interna e garantindo uma operação mais estável, além de reduzir o risco de falhas prematuras”, explica Yasmim.
A engenheira ainda destaca que os prejuízos atingem consumidores e empresas, já que falhas nos inversores provocam interrupções na geração de energia e impactam diretamente no tempo de retorno do investimento.

Além disso, as quebras representam custos extras e desgaste nas relações comerciais e impacto ambiental importante
“Ao evitar a substituição precoce de equipamentos, contribui-se para a redução do volume de resíduos eletrônicos, um desafio crescente para o setor”, acrescenta.
Casos de queima de inversores têm sido registrados com frequência, causando impactos diretos para consumidores, que enfrentam interrupções na geração de energia e aumento no tempo de retorno do investimento.
Para fabricantes, distribuidores e integradores, essas falhas também geram custos extras com trocas e manutenção, além de afetar as relações comerciais.
Para tornar esses prejuízos mais visíveis e mensuráveis, ferramentas como a Calculadora Solar têm sido adotadas, permitindo estimar as perdas econômicas causadas pela paralisação de sistemas sem proteção adequada e evidenciando o impacto real para consumidores e empresas.
Segundo Yasmim, a proteção externa deixou de ser apenas um detalhe técnico passou a ser um componente central do sistema.
“Ao lado de módulos e inversores, a proteção se consolida como elemento-chave para garantir segurança, longevidade e retorno dos investimentos. Esse movimento reflete a maturidade do setor, que caminha para um futuro cada vez mais profissional, sustentável e inovador no Brasil”, destacou.
O tema também foi debatido no Papo Solar 145, episódio intitulado “Como evitar paradas e prejuízos no solar: o papel do inversor e da String Box na proteção do sistema”, com a participação de Eliane Beatriz Cândido, Diretora Comercial da CLAMPER, Samuel Costa, Gerente de Marketing da Sungrow, além de Yasmin Brito.
Todo o conteúdo do Canal Solar é resguardado pela lei de direitos autorais, e fica expressamente proibida a reprodução parcial ou total deste site em qualquer meio. Caso tenha interesse em colaborar ou reutilizar parte do nosso material, solicitamos que entre em contato através do e-mail: redacao@canalsolar.com.br.
Share this content:
Publicar comentário