Causador da falta de gás na Argentina, Millei recebe Lula com afagos
Quando assumiu a presidência da Argentina em dezembro de 2023, após uma campanha eleitoral bizarra que incluiu o uso de uma motosserra, Javier Millei, imediatamente, cortou investimentos nas empresas nacionais que prospectam e distribuem gás e petróleo no país.
O Gasoduto Néstor Kirchner opera com 50% da capacidade, fazendo com que o país precise importar o combustível por valor maior do que produz.
O resultado da decisão desastrosa veio agora, como castigo, com o pior inverno que os argentinos já enfrentaram. Aliás, a Argentina foi o lugar mais frio do planeta nesta semana. Mais frio que a Sibéria, diga-se de passagem.
Com o corte de investimentos nas estatais, caiu a produção de gás, aumentou o desperdício por falta de manutenção das redes, profissionais foram demitidos ou se aposentaram.
Chegou o inverno na Argentina, a demanda por gás disparou e, sem capacidade de abastecer todos os consumidores, Milei teve que pagar 450 milhões de dólares, 13 vezes o valor do corte, para importar gás e diesel de forma emergencial – Na quarta, um navio da Petrobrás com 44 milhões de metros cúbicos de gás atracou na Argentina e garantiu o abastecimento de indústrias, postos de combustíveis, residências e termelétricas, que já estavam sofrendo com desabastecimento
Lula salva
Diante da tragédia iminente, Millei foi orientado a mudar o discurso e receber o presidente Lula com um sorriso nos lábios e aperto de mãos caloroso.
O encontro entre os presidentes aconteceu na Argentina, que sediou a Cúpula do Mercosul.
A reunião em Buenos Aires vai marcar a transferência da presidência temporária do bloco sul-americano ao Brasil.
Os afagos de Millei miram os navios de gás da Petrobras que podem salvar milhares de hermanos da morte lenta pelo frio ou pela fome, já que o gás é amplamente usado no país para todos os fins, do uso doméstico às grandes indústrias instaladas em solo argentino.
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