TotalEnergies autoriza retoma de megaprojeto de gás em Cabo Delgado após quatro anos de suspensão
O consórcio Mozambique LNG comunicou oficialmente à Presidência da República de Moçambique o levantamento da cláusula de “força maior” que, desde 2021, impedia o avanço do megaprojeto de Gás Natural Liquefeito (GNL) na província de Cabo Delgado, anunciou hoje à Lusa uma fonte oficial da TotalEnergies.
Trata-se de um investimento avaliado em 20 mil milhões de dólares (cerca de 17 mil milhões de euros), liderado pela petrolífera francesa, que prevê uma produção anual de 13 milhões de toneladas de GNL. Segundo a TotalEnergies, o projeto encontra-se atualmente desenvolvido em 40%.
A decisão de suspender a cláusula de força maior foi formalmente comunicada ao Governo moçambicano através de carta protocolar na passada sexta-feira. Antes do relançamento completo do projeto, o Conselho de Ministros de Moçambique necessita de aprovar uma adenda ao Plano de Desenvolvimento (PoD), que inclui orçamento e cronograma atualizados.
O presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, tinha antecipado no final de setembro que a produção de GNL no projeto poderá iniciar em 2029, apresentando ao Governo um novo programa de desenvolvimento. Pouyanné salientou que todas as condições estão reunidas para a retomada das atividades, aguardando apenas a aprovação oficial do plano de desenvolvimento atualizado.
O projeto, localizado na Área 1 da Bacia do Rovuma, foi suspenso em 2021 devido a ataques terroristas em Cabo Delgado, quando decorriam os trabalhos para construção de uma central de produção e exportação de gás natural na baía de Afungi.
Moçambique possui atualmente três megaprojetos de GNL na região de Cabo Delgado. Até ao momento, apenas avançaram o projeto Coral Sul, operado pela Eni, e agora o Coral Norte (Mozambique LNG). As restantes iniciativas desenvolvem-se em terra, na península de Afungi.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, tinha destacado já a necessidade de levantamento da cláusula de força maior, afirmando que as condições de segurança em Cabo Delgado se encontram estabilizadas. Em agosto, Moçambique assinou com o Ruanda um Acordo sobre o Estatuto das Forças (SOFA), permitindo a presença de militares ruandeses em apoio às forças moçambicanas no combate aos grupos terroristas.
Com a retoma do Mozambique LNG, prevê-se uma revitalização significativa do setor energético do país, consolidando Cabo Delgado como polo estratégico do GNL em África e reforçando a posição de Moçambique no mercado global de gás natural liquefeito.
– Publicidade –
Share this content:



Publicar comentário