Grandes petrolíferas continuam operando normalmente, apesar da tempestade se aproximando: Bousso — TradingView News

As principais empresas de petróleo e gás estão observando a piora das perspectivas econômicas globais com apreensão, mas atualmente parecem estar fazendo pouco para corrigir o curso diante da tempestade que se aproxima.

O nível de incerteza nos mercados globais de energia aumentou nos últimos meses devido às mudanças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump. , negociações intermitentes sobre o conflito na Ucrânia (link), endurecimento das sanções sobre o Irão e crescentes sinais de desacordo entre a OPEP e outros grandes produtores.

Os preços do petróleo bruto caíram cerca de US$ 20 desde o início do ano, para US$ 62 o barril, significativamente abaixo do preço que as grandes empresas de energia precisam para manter seus planos de gastos e, ao mesmo tempo, oferecer retornos elevados aos acionistas sem precisar tomar empréstimos.

Provavelmente, o que mais preocupa as empresas é uma queda nos preços de longo prazo, mudando para uma estrutura conhecida como contango, onde os contratos que começam em janeiro de 2026 são negociados abaixo daqueles mais distantes, indicando uma demanda mais fraca.

Os executivos estão bem cientes da piora do ambiente.

“de facto, entramos em um período de grande incerteza macroeconômica e geopolítica”, disse o presidente-executivo da TotalEnergies TTE, Patrick Pouyanne, em uma teleconferência com analistas na quarta-feira.

Esse “cenário fluido” está turvando as perspectivas para a demanda de petróleo e os custos operacionais, ao mesmo tempo em que aumenta a volatilidade, disse ele, acrescentando, no entanto, que não há necessidade de pânico ou reações exageradas no momento.

de facto, há poucos indícios de que as empresas tenham planos de mudar seu comportamento ainda.

A Exxon Mobil XOM, a maior produtora de petróleo e gás dos EUA, manteve sua orientação para gastos em 2025 em uma faixa de US$ 27 bilhões a US$ 29 bilhões, enquanto a TotalEnergies, a Shell SHEL e a Chevron CVX também mantiveram as previsões anteriores.

BP BP., que enfrenta uma crise profunda , reduziu seus gastos anuais planejados em US$ 500 milhões, para US$ 14,5 bilhões, com o presidente-executivo Murray Auchincloss dizendo que o corte poderia ser feito em mais US$ 2,5 bilhões, se necessário, um número alarmante que poderia levar a uma contração na produção.

NEGÓCIOS COMO DE COSTUME

A economia doméstica básica sugere que, quando os tempos ficam difíceis – e podem ficar ainda mais – é sensato cortar custos e evitar empréstimos. Portanto, um dos sinais mais reveladores da postura “business as usual” das grandes petrolíferas é que as empresas optaram por assumir mais dívidas para manter as recompras de ações e os dividendos.

Concha e TotalEnergies A Exxon manteve taxas estáveis de recompra de ações no primeiro trimestre, de US$ 3,5 bilhões e US$ 2 bilhões, respectivamente, apesar da perspectiva de enfraquecimento. No mesmo período, a Exxon pagou US$ 4,3 bilhões em dividendos e recomprou US$ 4,8 bilhões em ações, posicionando-se no caminho certo para atingir a meta anual de recompra de ações de US$ 20 bilhões.

A Chevron planeja reduzir a taxa de recompra de ações no segundo trimestre, mas, no geral, pretende gastar entre US$ 11,5 bilhões e US$ 13 bilhões este ano. Embora a BP tenha reduzido as compras de ações, isso reflete seus próprios problemas, e não as condições gerais do setor.

A dívida líquida total das cinco empresas aumentou no primeiro trimestre de 2025 para US$ 153 bilhões, ante US$ 129 bilhões nos últimos três meses de 2024.

A dívida líquida da TotalEnergies quase dobrou, chegando a US$ 20,1 bilhões, enquanto a da Chevron aumentou 41%, para US$ 25 bilhões. As dívidas da BP, Shell e Exxon aumentaram de forma mais modesta.

A relação dívida/capitalização de mercado das empresas permanece relativamente baixa, com exceção da BP. Mas o grupo precisaria de um preço do petróleo em torno de US$ 80 ou mais para cumprir organicamente seus programas de dividendos e recompra de ações em 2025, de acordo com a RBC Capital Markets.

NUVENS ESCURAS

Pode-se argumentar que a resposta é razoável. Grandes empresas com balanços patrimoniais sólidos não devem reagir impulsivamente a períodos de incerteza. E manter os acionistas satisfeitos com retornos sólidos é um objetivo compreensível que os executivos relutariam em reverter. , especialmente considerando os problemas de longo prazo que a indústria enfrenta.

No entanto, essas empresas, que produzem, refinam, comercializam e vendem grandes volumes de petróleo e gás, são altamente sensíveis a mudanças na atividade econômica global e na demanda de energia.

Embora seja impossível prever como as tarifas de Trump e a guerra comercial dos EUA com a China irão se desenrolar, há poucas dúvidas de que a atividade econômica global será afetada nos próximos meses.

A Agência Internacional de Energia reduziu drasticamente no mês passado a sua previsão da procura global de petróleo para 2025, para 730.000 barris por dia, ante 1,03 milhão de bpd projetado no mês anterior.

Portanto, seria prudente que as petrolíferas e os investidores se preparassem para uma deterioração significativa nos lucros. Mas, por enquanto, parece que os executivos estão mantendo a rotina.

** As opiniões aqui expressas são do autor, colunista da Reuters. **

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