Lino diz que venda de gás natural será ampliada
O acesso ao consumo alternativo do GNV (Gás Natural Veicular) nos veículos automotores em Manaus deve ser ampliado com a entrada de novos postos de comercialização do produto. Pelo menos foi o que garantiu o diretor-presidente da Cigás (Companhia de Gás do Amazonas ), Lino Chíxaro, ao falar sobre os investimentos da empresa na manhã desta terça-feira (20), na CMM (Câmara Municipal de Manaus), a convite do vereador Mário Frota (PSDB).
Hoje, de acordo com ele, existem apenas dois postos comercializando o produto, um posto na área do Distrito Industrial, na zona Sul, e outro na avenida Constantino Nery, na Chapada, zona Centro-Sul, entretanto o setor começa a aquecer, com o aumento de 10,9% das vendas ao mês. “Tanto que fechamos acordo com novo posto, passando a entrada do aeroporto, próximo à empresa Nokia, e fechamos contrato com uma rede que vai colocar mais dois a serem instalados, um na zona Norte e outro na zona Leste”, afirmou ele. Segundo o presidente da Cigás, rodam hoje na cidade uma média de 2,5 mil veículos movidos a gás natural.
Lino Chíxaro defendeu incentivos fiscais para que a venda do produto cresça em Manaus e beneficie um número maior de pessoas. Segundo ele, a Cigás elaborou um plano, propondo incentivo à conversão de veículo de gasolina para gás natural, que custa hoje de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil. Um reduz o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e outro diz respeito à renúncia do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os insumos e produtos necessários para a conversão.
O presidente da Cigás disse concordar com as preocupações dos vereadores Mário Frota e Júnior Ribeiro (PTN), que da tribuna fizeram questionamentos a respeito da baixa oferta do produto disponibilizado para os taxistas e usuários (em apenas dois postos na cidade). Mário Frota, por exemplo, acha que pelos investimentos feitos em gás natural (iniciou com R$ 1 bilhão e terminou com quase R$ 6 bilhões, de acordo com Lino Chíxaro), já era para que beneficiasse um maior número de pessoas. Segundo ele, em Minas Gerais, por exemplo, é grande o número da frota de táxi que roda com gás natural, enquanto que em Manaus, da frota de mais de 3,5 mil apenas 1,5 mil deve usar o produto. “E a população não tem acesso porque é caro fazer a conversão do motor para gás”, disse.
Júnior Ribeiro, por sua vez, acrescentou que ao converter um motor a gasolina e álcool para gás, o proprietário tem que pagar no Detran-AM (Departamento Estadual de Trânsito), além do IPVA e vistoria, um certificado do uso de gás. “Custa caro transformar um carro para receber o gás”, ressaltou ele, que questionou, ainda, o cheiro forte de gás que exala da Usina Mauá, no bairro do Mauazinho, zona Leste.
Mais postos
Lino Chíxaro pediu a compreensão dos vereadores e afirmou que a oferta e demanda do produto é uma questão de mercado e que depende da sensibilidade do dono do posto para investir na aquisição do produto. “O que quero prometer a vocês é que ainda neste ano o problema de mais postos de venda deve ser resolvido. O empresário que investe, quer o resultado imediato. Mas estamos trabalhando para resolver o problema”, garantiu.
Com relação ao cheiro do gás na área do Mauazinho, o presidente da Cigás afirmou que já foram questionados pela Ipaam (Instituto de Proteção ao Meio Ambiente do Estado) e pela Semmas (Secretaria Municipal do Meio Ambiente), mas que já foram certificados de que o cheiro de gás não é proveniente dos gasodutos da Cigás.
Chíxaro também concordou com o vereador Mitoso (PSD), outro que se pronunciou destacando a importância do gás natural para o desenvolvimento do Estado. “Vejo que o grande diferencial do consumo do gás será no Distrito Industrial, que é carro-chefe do desenvolvimento regional, de emprego e renda no Estado”, disse. “A chegada do gás no Distrito e a redução do ICMS é uma maneira de conquistarmos novos parceiros”, acrescentou ele lembrando que outro setor beneficiado será os municípios com as termoelétricas movidas a gás natural.
Lino também acha que ao chegar às fábricas do Distrito Industrial, o gás natural se transformará em vetor de desenvolvimento, uma vez que a empresa dobrará a produção. Segundo ele, na parte de termelétricas, por exemplo, a empresa disponibiliza 5 milhões de metros cúbicos por dia para o consumo, mas o setor só consome a metade ou um pouco mais da metade. “É importante porque traria mais receita da empresa e para a questão ambiental. Por isso a briga para que a Eletrobrás Amazonas Energia modifique seus equipamentos”, disse ele, ao afirmar que espera que até o final de 2014, os outros 500 mil metros cúbicos disponíveis para outros usos cheguem ao menos ao consumo de 300 mil. Com isso a empresa poderá atingir superávit e atingir a sua capacidade de investimento, universalizando o gás natural para a capital.
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