Preço do diesel tem queda real de 29%, e da gasolina de 12% desde 2022

A Petrobras anunciou a redução de R$ 0,17 por litro no preço do óleo diesel A (utilizado na produção do óleo que chega aos consumidores). A diminuição de 4,6% passa a valer a partir desta terça-feira. O anúncio foi feito pela presidente da estatal, Magda Chambriard, durante lançamento de um programa para aquisição de crédito de carbono, na sede da companhia, no Rio de Janeiro.
A Petrobras informou que, com o novo preço, o diesel ficou R$ 0,94 mais barato por litro (recuo de 20,9%) desde dezembro de 2022, quando houve a mudança de governo de Bolsonaro para Lula. Considerando a inflação do período, a redução nas refinarias chega a R$ 1,45 por litro, queda de 29%, informou a estatal.
A gasolina acumula uma redução real (descontada a inflação) de R$ 0,40 por litro nas refinarias, ou seja, de 11,7% em relação a 31 de dezembro de 2022.
O novo valor do combustível vendido às refinarias será, em média, de R$ 3,55 por litro. De acordo com cálculos da empresa, considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará a ser de R$ 3,05/litro, uma redução de R$ 0,15 a cada litro de diesel B. A última mudança no preço do diesel tinha sido em 1º de fevereiro, quando houve alta de R$ 0,22.

Além disso, a companhia fará uma redução de R$ 0,31 por litro (-7,9%) no preço médio de venda do Querosene de Aviação (QAV) para as distribuidoras. Se considerada a inflação, desde dezembro de 2022, a redução acumulada no QAV é de R$ 1,49 por litro, queda de preços real de 36,4%.
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Magda Chambriard reforçou a defesa da política de preços da companhia, alterada em 2023. A atual política é considerada como “abrasileiramento” dos valores, pois leva em conta fatores como o custo da produção de petróleo no Brasil e a participação da Petrobras no mercado consumidor.
A intenção é não trazer para o consumidor brasileiro as flutuações bruscas dos preços internacionais e manter a estatal competitiva, para não perder mercado para concorrentes.
“A gente olha preço a cada 15 dias”, afirmou a presidente. Se precisar subir, a gente sobe, se precisar descer, a gente desce. Neste momento, o que a gente está dizendo é: o abrasileiramento de preços de combustível no Brasil gerou uma economia relevante para a sociedade brasileira.”
Os recentes aumentos nos preços dos combustíveis no Brasil geraram impacto direto no setor logístico. A gasolina subiu 2,45%, o etanol aumentou 3,91%, o diesel teve um reajuste de 4,28%, e o querosene de aviação (QAV) registrou um acumulado de 8,7% em março de 2025, comparado a dezembro de 2024.
Com o transporte rodoviário responsável por 60% das cargas no país, o aumento no diesel, por exemplo, afeta os custos operacionais das empresas e pode refletir inclusive nos preços repassados aos consumidores.
“Isso porque quando esse cenário se mantém, o impacto no faturamento das empresas de logística pode variar entre 3% e 5%”, explica Sérgio Ricardo, controller da Viktória Cargas.
Além disso, a cobrança adicional de ICMS em alguns estados tem agravado a situação, especialmente para grandes operações. A dependência do mercado externo para a compra de petróleo e a falta de investimento em refinarias reforçam a necessidade de maior estabilidade no setor.
“Para garantir mais previsibilidade no mercado de combustíveis, é crucial que o Brasil avance em infraestrutura de refino e explore alternativas energéticas no longo prazo”, completa Sérgio.
Com informações da Agência Brasil
Matéria atualizada às 19h33 para incluir a queda em termos reais nos preços nas refinarias
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