PRIO próxima de licença para tie-back de Wahoo
A PRIO espera obter no segundo semestre a licença do Ibama para fazer a conexão dos poços do campo de Wahoo ao FPSO Frade, disse à BNamericas o CEO da petroleira, Roberto Monteiro.
Após a emissão da autorização para o subsea tie-back, são necessários cerca de seis meses para iniciar a produção do ativo, que está localizado na Bacia de Campos.
“É difícil precisar, mas imaginamos que [o primeiro óleo] poderá acontecer em março de 2026,” destacou o executivo.
A PRIO planeja uma produção diária de até 40.000 barris em Wahoo.
Monteiro participou, na segunda-feira (23), no Rio de Janeiro, de um café da manhã com jornalistas em comemoração aos 10 anos da PRIO. Durante o evento, o CEO da companhia assinalou que o fechamento do Estreito de Ormuz – aprovado pelo Parlamento do Irã no domingo –, no Oriente Médio, pode gerar grandes impactos do ponto de vista logístico.
“Isso pode mudar muito os fluxos do petróleo”, afirmou Monteiro, lembrando que a guerra na Ucrânia levou a uma reacomodação internacional, na medida em que a Rússia passou a utilizar navios em detrimento dos gasodutos que atravessam o território ucraniano.
O executivo não acredita que a escalada do preço do barril, diante do conflito entre Irã, EUA e Israel, já tenha levado a uma aceleração de projetos. “Isto acontece com uma visão de longo prazo. Não sei se este final de semana é suficiente para mudar a cabeça dos investidores. Não vejo grande mudança agora.”
O presidente do Conselho de Administração da PRIO, Nelson Tanure, ponderou que, poucos meses atrás, o preço do barril havia caído significativamente depois que o presidente norte-americano Donald Trump anunciou tarifas comerciais sobre outros países. “Então, é preciso ter visão de custo. Estamos caminhando para produzir 200.000 barris por dia, mas tamanho não é o que conta, mas eficiência, o que passa por geração de caixa.”
Além de Wahoo, o crescimento da produção da companhia virá sobretudo da aquisição dos 60% remanescentes de participação no campo de Peregrino da Equinor – processo que ainda não foi concluído.
Internacionalização
Segundo Tanure, a PRIO está avaliando a possibilidade de entrar no mercado de produção de óleo e gás dos EUA, especificamente no Golfo do México. “Há poucas empresas como a nossa nos EUA. E lá não tem problemas como greve do Ibama. É uma geografia que estamos olhando.”
Em 2024, servidores do órgão ambiental fizeram uma paralisação em busca de reajuste salarial e reestruturação da carreira, o que afetou processos de licenciamento ambiental, inclusive no setor de óleo e gás.
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