TotalEnergies nomeia Nicolas Cambefort como novo Director do projecto Mozambique LNG
Cambefort, que já se encontra em Maputo, assumirá a liderança num momento em que a retoma do projecto permanece condicionada por questões de segurança e instabilidade política no país.
Segundo o portal Africa Intelligence, Cambefort, engenheiro formado pela École Nationale Supérieure d’Arts et Métiers, possui mais de 30 anos de experiência em grandes projectos internacionais.
Antes de chegar a Moçambique, desempenhava funções em Paris como responsável pelo desenvolvimento de parques eólicos offshore da TotalEnergies. Ao longo da sua carreira, acumulou conhecimentos em projectos na Noruega, Indonésia, Venezuela e Estados Unidos.
O reinício do projecto Mozambique LNG, localizado na província de Cabo Delgado, continua dependente da melhoria da segurança na região, abalada pelos ataques terroristas de 2021 em Palma. A TotalEnergies declarou “força maior” na sequência do ataque, suspendendo as operações e evacuando os trabalhadores.
Além disso, o cenário político pós-eleitoral em Moçambique tem suscitado incertezas. Desde Outubro de 2024, protestos liderados pelo candidato presidencial, o então autoproclamado presidente da república Venâncio Mondlane, têm gerado instabilidade, resultando no encerramento de empresas e na perda de mais de 12 mil postos de trabalho. A TotalEnergies aguarda como o novo Presidente, Daniel Chapo, abordará estas questões, especialmente em colaboração com as forças ruandesas destacadas para Cabo Delgado.
Progresso e metas do projecto
O projecto Mozambique LNG é um dos três aprovados para a exploração das vastas reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo. Liderado pela TotalEnergies na Área 1, prevê a construção de uma central de liquefacção de gás em Afungi, com uma capacidade de produção de 12,88 milhões de toneladas anualmente.
Segundo a base de dados Global LNG, o projecto avançava com 21% de execução quando foi suspenso. O custo inicial estimado entre 8 e 9 mil milhões de dólares foi reajustado para mais de 10 mil milhões devido a alterações nos contratos de engenharia e construção.
Apesar das adversidades, o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, reafirmou em Dezembro de 2024 o compromisso da empresa com o projecto, considerando-o lucrativo e estratégico. Pouyanné planeia discutir com Daniel Chapo as condições para reiniciar as actividades e garantir o financiamento por meio de agências de crédito.
Com uma longa trajectória na TotalEnergies, Cambefort ocupou cargos de liderança em projectos de grande escala, como Director da divisão de projectos da Indonésia entre 2010 e 2014, antes de retornar à sede em Paris. Desde 2016, liderou diversas iniciativas ambiciosas, sempre focado em alcançar os objectivos definidos e maximizar os benefícios esperados pelos stakeholder.
Agora, ao lado de Maxime Rabilloud, Director da TotalEnergies em Moçambique desde 2021, Cambefort terá a missão de coordenar o desenvolvimento do Mozambique LNG em meio a desafios logísticos, políticos e de segurança.
Com o adiamento oficial da data de início do projecto para o primeiro trimestre de 2029, a TotalEnergies tem ajustado as suas estratégias para garantir o sucesso da iniciativa. A empresa espera que o Mozambique LNG, em conjunto com outros projectos como Qatar NFE/NFS e Papua LNG, contribua significativamente para a produção global de GNL até 2028.
A retoma do projecto não apenas impulsionará a economia de Moçambique, mas também fortalecerá o papel do país como um dos principais exportadores de gás natural no mercado internacional. No entanto, o futuro do empreendimento depende de uma conjugação de esforços locais e internacionais para estabilizar a região e garantir a segurança das operações. (Bendito Nascimento)
Share this content:
Publicar comentário