volta à distribuição é retrocesso, avalia Adriano Pires

volta à distribuição é retrocesso, avalia Adriano Pires

Analista defende que o Cade e a ANP investiguem a justificativa de apontar margens altas no setor e que a companhia foque na operação na Margem Equatorial

RIO – O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, criticou a volta da Petrobras ao segmento de distribuição de combustíveis, começando pelo Gás Liquefeito de Petróleo (GLP, ou gás de cozinha). O especialista, colunista do Estadão, chegou a ser convidado para a presidência da estatal, no governo Bolsonaro.

“Não faz sentido. A Petrobras tem a síndrome do retrovisor, olha para trás em vez de olhar para frente; é um retrocesso gigante, vai ser muito ruim para o acionista da empresa”, disse ao Estadão/Broadcast.

Ele considera que a justificativa da empresa, de apontar margens altas no setor, deve ser investigada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A Petrobras saiu do mercado de distribuição de GLP em 2020, com a venda da Liquigás. Atualmente, a empresa produz e importa GLP e vende para as distribuidoras. Levando em conta um botijão padrão de 13 quilos, a Petrobras fica com 32,3% da venda; o ICMS, com 16,8%; e a distribuição e revenda, com 50,9%.



A Petrobras saiu do mercado de distribuição de GLP em 2020, com a venda da Liquigás

Foto: Márcio Fernandes/Estadão / Estadão

Atualmente, o preço médio nacional de um botijão é de R$ 107,49, cerca de 20% acima do mercado internacional, de acordo com o Cbie.

Pires não vê sentido na volta da companhia para o setor, já que deveria focar no que tem de melhor, que é a exploração e produção de petróleo na Margem Equatorial. Ele vê obstáculos tanto em uma eventual compra de terceiros para voltar ao mercado, como em projeto greenfield (que “começa do zero”), que seria a tendência da estatal, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

“Se ela for entrar pelas regras atuais, ou ela terá que comprar uma empresa ou comprar milhões de botijões (cerca de R$ 200 cada), e as duas opções são ruins”, disse Pires, ressalvando que as regras do GLP podem mudar e beneficiar a companhia.

O mercado de GLP está em revisão na ANP, que estuda o fim da necessidade de botijões com marca própria — o que pode beneficiar a Petrobras, na avaliação do diretor —, e o fracionamento da venda do gás de cozinha.

Uma consulta pública sobre o assunto foi aberta em 2018, e a previsão é de que uma minuta saia em novembro, com publicação prevista para março de 2026.

Além disso, o governo deve lançar, até o final de agosto, o programa Gás para Todos, com o objetivo de isentar cerca de 17 milhões de consumidores de GLP, e deve aumentar as vendas do setor como um todo em mais 2,5 milhões de botijões por mês.

“Distribuição de gás de cozinha não é mercado para a Petrobras entrar; é populismo, é só para aumentar a popularidade do governo”, concluiu Pires.

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