Caminhões Sany chegam ao Brasil com rede de concessionárias própria
Com a estratégia de eletromobilidade pesada ganhando escala global, a chinesa Sany inicia sua expansão no mercado brasileiro com uma abordagem técnica focada em veículos com alta autonomia e uma infraestrutura de rede adaptada às particularidades locais. A implantação e desenvolvimento da rede de concessionárias para a comercialização de caminhões elétricos e a diesel no país será conduzida por Alexandre Magno, gerente de Vendas e Marketing da marca no Brasil, que detalha os planos em entrevista exclusiva.
A base da operação repousa sobre veículos elétricos que, dependendo da operação, carga e topografia, alcançam uma autonomia média entre 350 e 500 km na linha pesada. “A Sany está em primeiro lugar no mercado de veículos elétricos na China. Trouxemos um produto que ainda não se encontra no Brasil, que são veículos elétricos de alta autonomia“, afirma Magno. O portfólio inicial inclui modelos de 6 até 56 toneladas, com preços que variam de R$ 450 mil para veículos leves, podendo alcançar R$ 1,9 milhão para os pesados, valor aproximadamente três vezes superior ao de um modelo a diesel equivalente.


A estratégia de desenvolvimento da rede de concessionárias, conforme explicou o executivo, opera em duas frentes principais. A primeira é a adaptação da rede existente, composta por lojas que já atuam com a linha de equipamentos e linha amarela da marca. “A estratégia que estamos desenvolvendo, inicialmente, contempla a nossa rede atual para identificar quais são as casas que querem também entrar na operação de caminhões rodoviários”, revela Magno. “A gente conseguiu já vender cinco veículos elétricos que estão fazendo todo um transbordo para Singenta, que sai de Santos até Paulínia (SP)“, complementa, citando a parceria com a Gelog para demonstrar que o novo negócio já está em andamento.
A segunda frente é a captação de novos investidores, intensificada durante a última edição do Congresso Fenabrave, onde a marca apresentou seus projetos por meio de catálogos. O processo seletivo é rigoroso, envolvendo a análise de documentação e um estudo de viabilidade técnico-econômica do potencial investidor. A meta, segundo o gerente, é estabelecer uma rede de 5 a 10 concessionários dedicados à venda de caminhões até 31 de dezembro de 2026. “Lançaremos uma nova concessionária em São Paulo no final do primeiro bimestre do próximo ano“, adianta Magno, sem revelar a identidade do parceiro. Atualmente, a marca já conta com operações em Jacareí (SP), Belo Horizonte (MG) e por meio da Rodo Paraná (PR), com planos de expansão para as regiões Norte e Nordeste, além das regiões Sul e Sudeste, que representam as primeiras abordagens da Sany no mercado nacional.
O conceito físico das concessionárias seguirá um guideline global da matriz, mas passará por um processo de tropicalização. Uma das ideias inovadoras é a criação de mini concessionárias integradas a eletropostos. “Imagina um eletroposto instalado junto com uma mini concessionária“, descreve Magno. Esses pontos, localizados em grandes metrópoles como São Paulo, atenderiam não apenas caminhões de carga urbana, como veículos de 3,5, 6 e 11 toneladas, mas também veículos de passeio elétricos, funcionando como vitrines de venda e pontos de recarga.
O processo comercial para veículos elétricos, dada a significativa diferença de custo inicial, é fundamentalmente baseado em projetos. “No nosso caso, para a venda acontecer, precisamos compreender detalhadamente a operação em que o caminhão será submetido para identificar o TCO e o payback necessários para que seja um negócio vantajoso”, explica o executivo. O caso da Gelog, que utilizou um modelo 437 elétrico para transportar contêineres de aproximadamente 28 toneladas no eixo Santos-Paulínia, foi validado precisamente por meio dessa metodologia, resultando na venda das cinco unidades.
Olhando para o futuro, a Sany projeta a introdução de tecnologias ainda mais avançadas. “A Sany bateu o recorde com o veículo elétrico chegando a 800 km de autonomia na China. E a ideia é que a gente possa ter alguma coisa similar já no próximo ano“, revela Magno, condicionando a chegada ao mercado brasileiro a processos de homologação. A marca confirmou presença na próxima edição da Fenatran, em 2026, onde deve apresentar novidades sobre sua linha elétrica, incluindo caminhões elétricos voltados para a coleta de resíduos, outro produto em fase de planejamento para o país.
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