“Transição do diesel S500 para o S10 foi um grande desafio”, diz executivo da Shell – Transporte Moderno

A transição do diesel S500 para o S10, estabelecida como obrigatória no Brasil desde 2020, foi um dos maiores desafios enfrentados pelo setor de combustíveis no país. De acordo com Ricardo Berni, diretor de Marketing da Shell Brasil, a mudança não foi uma simples atualização regulatória, mas uma adaptação profunda que envolveu fatores técnicos, regulatórios e de mercado.

“Transição de um combustível com 500 partes por milhão (ppm) de enxofre para um com apenas 10 ppm foi um grande desafio, especialmente em um país com tamanha diversidade de motores e veículos”, afirma Berni. Para ele, o processo foi longo porque exigiu a adaptação de motores antigos e modernos, além de uma vasta cadeia de distribuição.

Segundo Berni, muitos motores não foram projetados inicialmente para o diesel S10. Isso gerou receio entre os consumidores e a indústria, que temia impactos negativos no desempenho e na durabilidade dos motores. A Shell, para contornar esses desafios, desenvolveu o Shelby Power Diesel, um produto premium aditivado que não só atende aos novos requisitos de emissão, mas também oferece benefícios de desempenho e proteção para os motores mais antigos.

“O Shell V-Power Diesel foi projetado para ser compatível com toda a frota, incluindo os motores mais antigos, ao mesmo tempo que entrega alta performance para os modelos mais novos. Essa tecnologia de aditivos ajuda a limpar e proteger o motor, garantindo maior economia de combustível e menores custos de manutenção”, explica o diretor. Ele se refere ao lançamento de um combustível aditivado desenvolvido para elevar o desempenho dos motores, reduzir custos de manutenção e aumentar a eficiência operacional. O lançamento chega em um momento de profunda mudança no mercado, marcado pela aceleração do S10, a queda do S500 e o aumento obrigatório do teor de biodiesel, que tem impactado as características operacionais e os desafios de manutenção das frotas.

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O desafio do biodiesel

Outro fator crucial que complicou a transição foi o aumento do teor de biodiesel na mistura do diesel brasileiro, com a introdução do B15 (15% de biodiesel). O biodiesel traz benefícios ambientais importantes, mas também exige cuidados adicionais na formulação do combustível para garantir a compatibilidade com os motores e preservar sua eficiência.

“A presença crescente de biodiesel altera as necessidades de proteção dos motores. Precisamos garantir que nossos produtos atendam às novas exigências ambientais sem prejudicar o desempenho e a durabilidade dos motores. O diesel aditivado é essencial para essa transição, especialmente com o aumento do teor de biodiesel”, afirma Berni.

Mercado de diesel no Brasil

O executivo da Shell também se mostrou otimista em relação ao futuro do diesel S10 no Brasil. A expectativa da empresa é que, até 2034, o combustível S10 represente 94% do mercado nacional. Para Berni, a tendência de especialização dos combustíveis se acentuará, com os consumidores buscando produtos que agreguem mais valor em termos de eficiência e proteção.

“O Brasil tem uma grande diversidade de frotas e necessidades, e a demanda por combustíveis premium, como o Shelby Power Diesel, está crescendo. Setores como agronegócio, transporte pesado e construção civil já reconhecem os benefícios de um combustível mais eficiente e com maior poder de proteção para os motores”, destaca.

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