a revolução energética que já transforma o agronegócio – Noticias R7

Reduzir emissões sem comprometer produtividade é um dos grandes desafios do agronegócio brasileiro.
E a transição energética já oferece caminhos concretos para isso.
À frente das iniciativas de inovação da Tecnogera, o diretor de novos negócios Jorge Moreno explicou ao Mundo Agro como a empresa tem ampliado o uso de soluções híbridas, eletrificação de equipamentos e sistemas de armazenamento de energia (BESS) desenvolvidos com baterias reutilizadas.

Mundo Agro: Como soluções híbridas e BESS ajudam o agronegócio a reduzir emissões
Jorge Moreno: A Tecnogera investe em eletrificação de equipamentos, reutilização de baterias e em modelos de serviço que permitem levar energia limpa ao campo sem custo de investimento inicial para o produtor.
Mundo Agro: Como a Tecnogera está contribuindo para a descarbonização das operações no campo?
Jorge Moreno: A Tecnogera atua em duas frentes complementares. Primeiro, pela eletrificação da frota de plataformas elevatórias: a empresa optou por operar apenas com plataformas 100% elétricas, o que reduz de forma direta a emissão de CO2 nas operações de trabalho em altura. Segundo, pela geração de energia: toda a frota de geradores da Tecnogera está preparada para operar com biodiesel (B100), permitindo ao produtor substituir o diesel fóssil quando isso for viável logisticamente. Onde o biodiesel não é uma opção por custo ou logística, a empresa oferece soluções híbridas (diesel + solar + baterias) que reduzem significativamente o tempo de funcionamento do motor a combustão e, consequentemente, as emissões.
Mundo Agro: Qual é o papel das soluções híbridas – combinando diesel, energia solar e baterias — nessa transição?
Jorge Moreno: As soluções híbridas permitem reduzir emissão e custo sem exigir investimento do produtor. Ao invés de vender painéis e baterias ao cliente, a Tecnogera assume 100% do investimento e entrega energia como serviço. Assim, o produtor mantém foco no negócio principal, recebe energia com pegada de carbono menor e sem arcar com CAPEX na infraestrutura energética.
Mundo Agro: De que forma o uso de baterias reutilizadas impacta o custo e a sustentabilidade das operações?
Jorge Moreno: Baterias retiradas de plataformas elevatórias, após 8–10 anos em que perdem parte da capacidade para tração, ainda mantêm capacidade de armazenamento suficiente para uso estacionário. Ao invés de descartar essas baterias, a Tecnogera as recondiciona e as integra em BESS (Battery Energy Storage Systems) móveis. Esse reaproveitamento cria um segundo ciclo de vida para as células, estendendo seu uso por mais anos (ordem de grandeza: 10–20 anos adicionais para aplicações estacionárias), reduz custos de aquisição e diminui o impacto ambiental do descarte, apoiando a economia circular.
Mundo Agro: A eletrificação de máquinas agrícolas é uma realidade próxima? O que ainda falta para avançar?
Jorge Moreno: Tecnicamente, sim. A eletrificação já é viável e equipamentos elétricos entregam performance comparável ou superior ao diesel, sem emissões diretas. O principal obstáculo hoje é de adoção: o produtor precisa ter confiança na tecnologia e em modelos que não exijam investimento inicial. O modelo “energia como serviço” da Tecnogera, que assume CAPEX e entrega operação e manutenção, reduz essa barreira e acelera a transição. A experiência com plataformas eletrificadas mostra que, quando o produtor testa a solução, a aceitação cresce rapidamente.
Mundo Agro: Como funciona a tecnologia de eletrificação com baterias de lítio desenvolvida pela Tecnogera?
Jorge Moreno: A Tecnogera desenvolveu internamente um BESS baseado em baterias de lítio reutilizadas. As baterias usadas nas plataformas são recolhidas, avaliadas/recertificadas e agrupadas em contêineres ou em módulos montados sobre bases móveis (por exemplo, sobre caminhões elétricos).O BESS resultante fornece energia silenciosa e sem emissões para substituir geradores a diesel em eventos e aplicações estacionárias. O sistema já foi testado em operações reais, substituindo geradores convencionais em situações que antes dependiam exclusivamente de diesel.
Mundo Agro: Quais são os principais desafios técnicos para levar energia limpa e estável a áreas rurais e remotas?
Jorge Moreno: O desafio principal é logístico e depende da fonte de energia. Para biodiesel (B100), a entrega em áreas muito isoladas pode ser complexa e onerosa. Já soluções com solar e baterias não enfrentam esse mesmo gargalo logístico: painéis e baterias chegam à propriedade com a mesma facilidade que um gerador a diesel. Portanto, a implementação de sistemas híbridos (solar+bateria+gerador) é tecnicamente viável para praticamente qualquer localidade; o que pode variar é o custo e a disponibilidade de combustíveis renováveis locais.
Mundo Agro: Como o monitoramento remoto ajuda os produtores a ganhar eficiência e segurança nas operações?
Jorge Moreno: O monitoramento remoto em tempo real permite que a equipe técnica da Tecnogera acompanhe o desempenho dos equipamentos 24/7. Qualquer anomalia é detectada imediatamente, acionando manutenção preventiva ou preditiva antes que ocorra indisponibilidade. Isso reduz paradas não programadas, aumenta a produtividade e gera um histórico operacional que melhora a tomada de decisão do cliente.
Mundo Agro: Como a Tecnogera tem trabalhado com produtores e cooperativas para demonstrar os benefícios dessa tecnologia?
Jorge Moreno: A Tecnogera vem estruturando workshops para produtores e cooperativas, abordando a aplicação das soluções híbridas e de armazenamento de energia. As cooperativas, por sua vez, atuam como multiplicadoras: elas acompanham os resultados, reúnem dados e compartilham as experiências em encontros técnicos, ampliando o entendimento e a confiança de outros produtores nas novas tecnologias.
Mundo Agro: Como a Tecnogera se posiciona frente às metas de descarbonização do Brasil até 2030?
Jorge Moreno: A Tecnogera investiu mais de R$ 600 milhões em plataformas elétricas e possui uma frota de plataformas elevatórias 100% elétrica equipada com sistemas BESS. Com o plano de crescimento até 2030, a empresa pretende ampliar sua contribuição na redução de emissões do setor.
Mundo Agro: Quais são as expectativas de crescimento da empresa nesse segmento nos próximos anos?
Jorge Moreno: A expectativa é de forte crescimento no segmento agro e na eletrificação de ativos atualmente movidos a diesel. A empresa projeta um crescimento sustentado na casa dos dois dígitos ao ano até 2030, impulsionado pela expansão das plataformas elétricas, maior adoção de geração híbrida e pela eletrificação de outros potenciais ativos, como por exemplo: empilhadeiras, pá-carregadeiras, retroescavadeiras, entre outros equipamentos.
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