Alta do petróleo tem ‘cinco dias’ e não vamos fazer movimento abrupto em diesel e gasolina, diz Magda

Gabriel Vasconcelos, da Agência Infra

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a estatal ainda não considera aumentar os preços do diesel e da gasolina que fabrica em função do recente aumento da cotação internacional do petróleo. Em uma semana, o barril do tipo Brent viu o preço subir de cerca de 10 dólares para a casa dos 76 dólares, na esteira do conflito no Oriente Médio, entre Israel e Irã. Magda falou a jornalistas, nesta quarta-feira (18), em um café sobre seu primeiro ano de gestão, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.

“Esse cenário (de alta do petróleo) tem cinco dias, é bem recente. Com cinco dias, a gente não vai fazer nada. Só vamos olhar para isso. O que tem para dizer é que a Petrobras não faz nenhum movimento abrupto nesse sentido. A gente olha tendências e só faz movimento quando enxerga uma tendência”, disse Magda.

Segundo a presidente da estatal, o futuro da cotação ainda é incerto e, se a tensão no Oriente Médio arrefecer nos próximos dias, os preços do petróleo tendem a estacionar em patamares abaixo daqueles registrados há um ano, reduzindo a pressão sobre os derivados. “Aí voltamos para como estava antes”, disse.

“A gente não quer trazer para o Brasil a instabilidade, a volatilidade do sistema de preço internacional. Se a sociedade alheia está estressada, a nossa (brasileira) não está, a nossa está tranquila”, continuou.

A executiva voltou a defender a política de preços da Petrobras, que desde o início do governo Lula não observa mais só o Preço de Paridade de Importação (PPI), mas busca preservar a participação da estatal no mercado de combustíveis doméstico. Hoje, para definir seus preços, a Petrobras alega observar uma banda, em cuja base está o preço de custo e, no topo, está o preço alternativo da concorrência. Mudanças ocorrem quando os preços praticados em suas refinarias se afastam dessa banda de forma encarada como estrutural, ou seja, por algum tempo. Animada pela queda na cotação internacional, em pouco mais de um mês, entre o fim de abril e o início de junho, a Petrobras baixou o preço do seu diesel em três ocasiões e, o da gasolina, uma vez.