Campo de Peregrino gera 100 mil barris por dia; paralisação da ANP pode drenar até US$ 180 milhões do caixa da PRIO

Publicado em
20/08/2025 às 09:59

ANP paralisa produção em Peregrino e PRIO calcula prejuízo milionário. Decisão da agência expõe falhas críticas no FPSO e pode drenar até US$ 180 milhões de caixa da petroleira de Nelson Tanure

A produção em Peregrino foi interrompida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) após auditoria que identificou falhas críticas no FPSO e problemas de documentação. A medida atinge diretamente a PRIO, que atualmente detém 40% do campo e já negocia a compra dos 60% restantes da Equinor.

Segundo o G1, a paralisação ocorre em um momento estratégico para a petroleira, que espera assumir integralmente o ativo no início de 2026. Até lá, o impacto financeiro pode chegar a dezenas de milhões de dólares por mês, drenando parte significativa do caixa da companhia.

Por que a ANP suspendeu a produção em Peregrino

Entre 11 e 15 de agosto, a ANP realizou uma inspeção no FPSO de Peregrino. O relatório apontou “situações de risco grave e iminente”, o que levou à interdição imediata da produção. As falhas foram classificadas como sistêmicas e críticas, incluindo pendências de documentação de segurança.

A Equinor, ainda operadora do campo, iniciou os reparos para atender às exigências da agência. A previsão é de que os trabalhos durem de 3 a 6 semanas, tempo em que a produção ficará totalmente paralisada.

Impacto financeiro para a PRIO

De acordo com o CEO da PRIO, Roberto Monteiro, o campo de Peregrino gera atualmente US$ 40 milhões mensais para a empresa. Considerando o prazo de paralisação, o impacto pode variar entre US$ 30 milhões e US$ 60 milhões, apenas sobre a fatia de 40% da companhia.

No cenário em que a PRIO já tivesse 100% de Peregrino, a perda potencial seria ainda maior. Análises de mercado, como a da XP, calculam que cada sete dias de paralisação equivalem a um impacto econômico de US$ 30 milhões, cerca de 0,5% do valor de mercado da companhia. Isso representaria até US$ 180 milhões no cenário mais pessimista.

A importância estratégica do campo de Peregrino

Com reservas estimadas em 202 milhões de barris e produção diária de cerca de 100 mil barris, Peregrino é um dos ativos mais relevantes do portfólio da PRIO. Hoje, a produção total da empresa gira em torno de 90 mil barris por dia, ou seja, o campo representa um salto de escala significativo.

O negócio de US$ 3,35 bilhões fechado com a Equinor prevê ajustes de valor no fechamento, dependendo da geração de caixa no período. Isso pode reduzir parte do impacto financeiro, caso a paralisação seja considerada no cálculo final.

Reação do mercado e próximos passos

As ações da PRIO acumulam queda de 19% nos últimos 12 meses, e a notícia da suspensão aumenta a incerteza sobre os resultados de curto prazo. Apesar disso, Monteiro afirmou que a visão da companhia sobre o ativo permanece positiva e que a prioridade é restabelecer a produção rapidamente.

A discussão sobre possíveis ajustes no valor da aquisição deve ocorrer após a conclusão dos reparos e o retorno das operações. Até lá, investidores acompanham de perto os desdobramentos e os custos que podem pressionar o caixa da empresa.

A produção em Peregrino está temporariamente parada, e a PRIO enfrenta um teste financeiro importante em meio à aquisição da totalidade do ativo. A forma como a empresa vai absorver esse impacto pode definir sua performance no mercado nos próximos trimestres.

E você, acredita que a paralisação coloca em risco o futuro da PRIO ou será apenas um contratempo momentâneo? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir a visão de quem acompanha de perto o setor de petróleo.