México pode capitalizar até US$ 250 bi com política comercial dos EUA, diz secretário
O México tem uma tremenda oportunidade decorrente da nova política comercial implementada por Donald Trump devido à esperada transferência do que os EUA deixarão de importar da China, Vietnã e outros países asiáticos. A opinião é de Marcelo Ebrard, secretário da Economia, do México.
Dos cerca de US$ 800 bilhões que os EUA e o México importam da Ásia anualmente, Ebrard estima que entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões deixarão de ser importados desses países a cada ano. Portanto, ele afirmou que o México deve trabalhar na próxima década para atrair a maior proporção possível desse valor, tornar-se mais eficiente e expandir sua capacidade produtiva para setores menos tradicionais, como o farmacêutico e o de semicondutores.
“Podemos dar o salto para nos tornarmos exportadores para muitas regiões do mundo. Não há razão, nenhuma razão estrutural, para não fazer isso”, declarou o secretário em um evento organizado pela associação patronal Coparmex, embora tenha admitido que os EUA continuarão sendo o mercado prioritário.
Segundo Ebrard, para enfrentar a concorrência da China, os EUA exigirão que o México produza bens e serviços complementares, pois há muitas coisas que os EUA não conseguirão produzir à medida que se desvincularem do mercado asiático. “Quanto mais você quiser reduzir sua dependência da Ásia, mais precisará fazer coisas complementares no México”, disse ele.
Por esse motivo, o governo desenvolveu sua carteira de investimentos privados, que até o momento conta com cerca de 1.937 projetos identificados para o mandato presidencial de seis anos de Claudia Sheinbaum, iniciado em outubro passado. “Sabemos onde eles estão, quais apresentam problemas. Em outras palavras, hoje sei que tenho problemas para resolver com 441 projetos que estão na zona vermelha por diferentes motivos, e nossa tarefa é resolver esses 441. E tenho outros 1.937 na zona amarela. Portanto, estamos trabalhando constantemente para resolver isso”, disse Ebrard.
Segundo ele, a instrução atual da presidência é “resolver, evitar ou superar” qualquer fator ou problema que prejudique a facilitação de qualquer investimento.
Durante o período de seis anos, o portfólio de projetos foi estimado em quase US$ 298 bilhões em investimento estrangeiro direto.
Ebrard afirmou que o mundo vive o início de uma mudança no sistema que prevaleceu nas últimas décadas, caracterizado pelo consenso com Washington, pelo livre comércio, pela predominância dos EUA e pela eliminação de barreiras comerciais.
Ele acrescentou que passamos de um sistema de vantagens comparativas para um de “desvantagens comparativas”, o que envolve o custo de entrada em um mercado, especialmente um estratégico como os EUA. O México busca garantir que suas condições sejam as mais favoráveis em comparação com outros países devido ao seu alto grau de integração.
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