BNDES aprova nesta sexta (20) liberação de R$ 94,8 milhões para Mobibrasil comprar 87 ônibus elétricos para São Paulo

BNDES aprova nesta sexta (20) liberação de R$ 94,8 milhões para Mobibrasil comprar 87 ônibus elétricos para São Paulo

WhatsApp-Image-2024-12-20-at-15.18.53 BNDES aprova nesta sexta (20) liberação de R$ 94,8 milhões para Mobibrasil comprar 87 ônibus elétricos para São Paulo

Dinheiro não é problema, mas infraestrutura é – Banco anuncia verba recorde para a capital paulista, mas cidade vai voltar a comprar ônibus a diesel. BNDES diz que frota de ônibus elétricos no mundo cresce impulsionada pela China, que responde por 96% do mercado global

ADAMO BAZANI

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou, nesta sexta-feira, 20 de dezembro de 2024, a primeira operação de financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para eletrificação de frota de ônibus no País.

Segundo Banco, a liberação total desta primeira operação é de R$ 94,8 milhões para e empresa Mobibrasil comprar 87 ônibus elétricos que vão operar na zona Sul da cidade de São Paulo

O valor é composto por R$ 49,8 milhões do FGTS e R$ 45 milhões do Fundo Clima.

A empresa já encomendou 37 destes veículos e possui 13 em operação, num total, até agora, de 50 unidades.

“A Mobibrasil agradece a parceria com o BNDES, um banco de desenvolvimento que desempenha um papel crucial na transformação urbana e humana da mobilidade pública. Esse primeiro projeto é apenas o início de uma nova era para a mobilidade no Brasil, especialmente na cidade de São Paulo, com a aquisição de ônibus elétricos”, declarou, de acordo com nota do BNDES, o diretor da empresa, Manoel Marinho

Dinheiro não é problema, infraestrutura é:

Dinheiro para eletrificação tem, ainda mais na capital paulista onde a prefeitura conseguiu linhas de financiamento e paga às empresas de ônibus a diferença de preço entre os modelos a diesel e os elétricos, que custam três vezes mais, em média.

O que as empresas reclamam é da falta de infraestrutura da rede de distribuição e responsabilizam a distribuidora da energia da capital paulista, a ENEL.

Como mostrou o Diário do Transporte, a própria Mobibrasil informou que não tem certeza de todos os ônibus adquiridos poderão opera por causa da limitação da rede de distribuição.

Outra empresa que relatou ao Diário do Transporte dificuldades relacionadas a falta de infraestrutura é a Express Transportes Urbanos, que atende a zona Leste.

De 48 ônibus elétricos que possui, 40 não podem circular por falta de infraestrutura. Outros 16 foram comprados e estão em produção.

Assim, juntas, Mobibrasil e Express contabilizam 90 ônibus elétricos (entre já entregues e os que terão entrega em curto prazo) sem saberem se podem operá-los ou não.

Relembre:

MobiBrasil e Express estão com 90 ônibus elétricos sem ter certeza de operação por falta de infraestrutura pela ENEL em São Paulo

ÔNIBUS ELÉTRICOS ESTÃO DENTRO DE PACOTE NACIONAL DE R$ 12 BILHÕES:

Em outubro de 2024, o BNDES recebeu autorização da Caixa Econômica Federal para atuar como agente financeiro do FGTS.

O Banco diz que contará ao todo com até R$ 12 bilhões para financiar projetos de saneamento ambiental e mobilidade urbana. Neste mês, foi aprovado o primeiro programa que operacionalizou o uso dos recursos do FGTS, o BNDES Pró-Transporte Refrota, destinado a aquisição de veículos de transporte público coletivo.

“Com essa nova modalidade de financiamento, fruto da parceria do BNDES com a Caixa, vamos promover a melhoria da mobilidade urbana nas cidades brasileiras, por meio de investimentos em veículos de transporte público coletivo que contribuam para o processo de descarbonização”, explica, na nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Segundo Mercadante, a eletrificação da frota de ônibus é uma das diretrizes do governo federal porque traz benefícios significativos para o ambiente ao eliminar a emissão de CO2 e poluentes, promovendo a redução dos impactos das mudanças climáticas e a melhoria da qualidade do ar nos centros urbanos.

“Os ônibus elétricos são veículos com vida útil 50% maior do que um veículo a diesel e com custo de energia elétrica por quilômetro 70% menor do que o custo do diesel por quilômetro”, completa.

MERCADO DE ÔNIBUS ELÉTRICOS CRESCE NO MUNDO IMPULSIONADO PELA CHINA

O BNDES destacou que a frota de ônibus elétricos no mundo cresce impulsionada pela China, que responde por 96% do mercado global

A frota de ônibus elétricos tem crescido significativamente nos últimos anos em todo o mundo, impulsionada pelo mercado chinês, responsável por 96% da frota global, de quase 580 mil ônibus. Na América Latina, há, atualmente cerca de 5 mil ônibus elétricos a bateria em operação, com destaque para Chile (2,5 mil) e Colômbia (1,6 mil). O Brasil tem 377 ônibus elétricos, numa frota total de ônibus urbanos de cerca de 107 mil unidades.

BNDES ASSINA CONTRATO PARA 1,3 MIL ÔNIBUS ELÉTRICOS PARA SÃO PAULO, MAS CIDADE VAI VOLTAR A COMPRAR MODELOS A DIESEL:

Em 29 de novembro de 2024, como mostrou o Diário do Transporte, o BNDES assinou contrato com a Prefeitura de São Paulo, no valor de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1.300 ônibus elétricos de fabricação nacional. O projeto também evita a emissão 2,7 milhões tCO2eq ao longo de toda a sua vida útil (15 anos).

Relembre:

BNDES anuncia R$ 10 bilhões para mobilidade em São Paulo: 1,3 mil ônibus elétricos, 44 trens e TIC

Mas, mesmo assim, a cidade de São Paulo deve voltar a comprar ônibus a diesel.

Em 2021, no Plano de Metas, a prefeitura estipulou que até 31 de dezembro de 2024, estariam circulando na cidade de São Paulo 2,6 mil ônibus elétricos, o que representa cerca de 20% da frota total de, aproximadamente, 13 mil coletivos das empresas que operam as linhas municipais gerenciadas pela SPTrans (São Paulo Transporte).

Faltando poucos dias para o fim de 2024, e do prazo para o cumprimento do Plano de Metas, a cidade tem apenas 491 coletivos movidos a eletricidade, ou seja, 18% da meta ou 3,8% de toda a frota. Destes 491 ônibus, 201 são os trólebus, que estão há vários anos no sistema.

Em relação aos ônibus com baterias, que diferentemente dos trólebus não precisam estar conectados à rede aérea de fiação enquanto rodam, são apenas 291 veículos, número que representa somente 11,2% da meta e apenas 2,2% de toda a frota de coletivos das linhas municipais.

Desde 17 de outubro de 2022, as empresas de ônibus da cidade de São Paulo estão proibidas, por meio de uma circular da SPTrans (São Paulo Transporte), de comprar modelos a diesel.

Mas esta proibição pode cair.

Passou em segunda votação, em 18 de dezembro de 2024, e foi para sanção ou veto do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o PL (Projeto de Lei) 825/2024, do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (UNIAO), que a altera a atual lei em vigor desde 2018, que prevê reduções de emissões pelos ônibus da cidade.

Entre as propostas está a inclusão da obrigatoriedade de as empresas de ônibus em 90 dias após eventual promulgação da lei, fazerem relatórios e estudos sobre a necessidade de infraestrutura de cada pátio. A ENEL (no caso dos ônibus elétricos) e da COMGÁS (no caso dos veículos a Gás Natural) terão outros 90 dias para concluírem os projetos de infraestrutura para as garagens com base nestes relatórios das viações.

Relembre:

Nunes comenta PL 825/2024 de Milton Leite: “empresas não serão autorizadas a comprar ônibus a diesel se tiverem elétricos disponíveis” (OUÇA A ENTREVISTA)

ENEL FALA EM REUNIÕES COM EMPRESAS E HUBS DE ENERGIA:

Em nota ao Diário do Transporte, a ENEL diz que participa de reuniões semanais com as empresas de ônibus e diz que uma das alternativas é criar “hubs” compartilhados entre diferentes garagens.

“Em relação à infraestrutura para o abastecimento de energia das garagens, a Enel Distribuição São Paulo tem participado de reuniões semanais com os Operadores, sempre com o acompanhamento da SPTrans.  A companhia vem trabalhando junto aos Operadores, analisando cada uma das possíveis soluções em função das necessidades específicas, seja para a conexão elétrica individual de cada uma das garagens ou mesmo para possíveis hubs compartilhados de carregamento. As soluções a serem implementadas para cada garagem podem variar, de acordo com aspectos técnicos, econômicos e a definição dos operadores. Há soluções de curto e médio prazo, todas devidamente compatibilizadas com o avanço gradual do aumento da frota elétrica”.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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