Primeira no Mundo: CSN passa a operar com hidrogênio renovável no Alto-Forno 2

Foto: Divulgação
Volta Redonda – A CSN passou a utilizar hidrogênio renovável incorporado aos regeneradores do Alto-Forno 2 da Usina Presidente Vargas (UPV), da CSN, em Volta Redonda (RJ). O anuncio foi feito oficialmente nesta semana. A solução desenvolvida pela empresa portuguesa UTIS é capaz de reduzir o consumo de combustíveis fósseis. Conhecida como UC3 – Ultimate Cell® Continuous Combustion, a tecnologia, apresenta resultados em outros setores pelo mundo, como o cimenteiro, de biomassa e de combustão de resíduos sólidos, e é patenteada pela UTIS. O uso da tecnologia passou por um período de testes intensos na UPV e de consolidação de resultados, sendo a CSN a primeira siderúrgica mundial a adotar o recurso.
A iniciativa é uma parceria entre a empresa portuguesa, a divisão de siderurgia da CSN e a CSN Inova, plataforma de inovação do Grupo CSN, que realizaram estudos dos processos produtivos de algumas áreas da usina com potencial de receber a tecnologia neste primeiro momento. A aplicação do sistema UC3 nos regeneradores do Alto-Forno 2 visa otimizar a combustão, trazer mais estabilidade ao processo e garantir maior temperatura de sopro, já que os regeneradores têm um papel crucial na recuperação e reutilização da energia dos gases gerados na produção do ferro gusa, aumentando a eficiência térmica e reduzindo o consumo de combustíveis fósseis no alto-forno.
A redução desses combustíveis, como o coque, no alto-forno, e o gás de coqueria ou gás natural, nos regeneradores, para enriquecimento do gás de combustão, mediante o uso de hidrogênio renovável nos regeneradores, permitida pela solução da UTIS, segue em linha ao objetivo de diminuir os gases de efeito estufa do processo siderúrgico.
Empresa quer antecipar descarbonização na UPV
A CSN quer alcançar, em 2030, a meta que o restante do setor fixou para 2050. O objetivo é acelerar o processo de descarbonização em um setor crítico como o siderúrgico. “A CSN conta com o apoio de parceiros e soluções estratégicas, como a UC3, para resolver desafios complexos e urgentes, como o da descarbonização. Por meio da tecnologia da UTIS, estamos conseguindo diminuir de forma acentuada o consumo de combustíveis fósseis, apresentando ganhos ambientais expressivos, além da redução de custos”, destaca Fabiam Franklin, Diretor de Metalurgia da CSN.
O sistema da UTIS se diferencia pela fácil instalação, em forma de contêineres, onde se dá o processo de eletrólise da água que resulta no hidrogênio renovável e, segundo Fabiam, os resultados até o momento superam as expectativas. “Foi possível obter um aumento de temperatura de sopro dos regeneradores de 7%, o que vem possibilitando diversas melhorias, tais como a redução do uso de coque por tonelada de ferro gusa produzido, aumento de produtividade e impacto positivo na redução das emissões de CO2 emitido pelo alto-forno”.
Na corrida pela descarbonização, a tecnologia UC3 desponta como uma das grandes iniciativas para diminuir a emissão de gás carbônico nos processos produtivos. Embora essa seja a primeira aplicação em uma siderúrgica no mundo, a empresa portuguesa já é uma parceira do Grupo CSN em cimentos, apresentando resultados importantes na fábrica de Arcos (MG) desde 2020, com a otimização da combustão por meio da injeção de quantidades controladas de hidrogênio para a fabricação de cimento.
CSN Cimentos reduziu 5% emissão CO2 em Arcos
Com a aplicação da tecnologia UC3 na CSN Cimentos, em Arcos, a CSN reduziu em cerca de 5% as emissões de CO2 por tonelada de clínquer produzido. A iniciativa traz ainda outros ganhos, como a maior produtividade do forno, a redução do uso de combustíveis fósseis (coque de petróleo) e a redução do consumo elétrico, resultando na redução de custos, além de benefícios ambientais e estratégicos. Outro aspecto importante está na segurança do uso da tecnologia, uma vez que os gases produzidos nunca são armazenados. Ou seja, há uma produção e consumo ‘on demand’, de H2 e O2, que são injetados em pontos específicos da combustão, garantindo a máxima confiança de todo este processo. “Estamos muito entusiasmados com a evolução dos resultados da nossa parceria com a CSN, agora também nos processos siderúrgicos. O objetivo é otimizar a produção de aço e, ao mesmo tempo, reduzir substancialmente as emissões de carbono, contribuindo para um futuro mais sustentável para a indústria”, conclui Paulo Gonçalo, CEO da UTIS.
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